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Repensar a Igreja

 em Portugal

Fomos todos convidados a dar a nossa opinião sobre o estado da Igreja em Portugal. Terminou o prazo de entrega das nossas reflexões. Foi um momento importante para todos, porque tivemos a oportunidade de expressar o que vivemos e o que desejamos para a nossa Igreja em Portugal. Depois da reflexão dos grupos paroquiais apresento, agora, a minha reflexão. Somente agora para não ter criado qualquer tipo de influências.

Tendo em conta a realidade actual, sublinho:

- Menos sacerdotes (alguns com idade avançada)

- Dispersão da população e as distâncias do território confiado a um só Pastor

- Isolamento de alguns Padres

- Padres incompreendidos, em forte pressão psicológica negativa, afectando a sua felicidade e a sua alegria no ministério.

- Revela-se que a Igreja não tem capacidade para passar a mensagem evangélica de modo aliciante. A Igreja está fechada sobre si mesma com uma presença e linguagem que não é entendida pelas pessoas comuns.

Afinal que Igreja temos? Vive-se uma religiosidade sem fé em Jesus crucificado e ressuscitado, em que as pessoas praticantes não pautam a sua vida pela teologia e moral cristã. Vivem a sua vida cristã em auto gestão, numa ignorância crassa da Palavra de Deus. Os critérios de vida não são inspirados pelo Evangelho, mas nos padrões veiculados pelos meios de comunicação social, pela moda, pela sociedade consumista e secularista. A Igreja enfraquece pelos seus próprios pecados e por pactuar, por vezes, com a não fé dos que lhe pedem serviços praticando assim uma Pastoral de “faz de conta”. Existe uma grande indiferença em relação à fé. Falta discernimento, formação, testemunho, vida cristã aliciante, espiritualidade séria, que vá impregnando o agir, comunidades cristãs vivas e actuantes. Impera o relativismo moral e teológico, a falta de coerência entre a fé e a vida.

Que Igreja queremos? A Igreja é chamada a desenvolver a capacidade de acolher e dialogar com aqueles que pensam de modo contrário. A exercer o sentido da escuta, da proximidade, da presença nas grandes causas que preocupam a sociedade civil. A Igreja deve ter uma imagem activa, alegre, positiva. Deve ter algo a dizer na vida das famílias, na indisciplina das escolas, na cultura de morte reinante, na ausência de valores, ao poder da Net e da TV. A Igreja deve, com frontalidade, fazer frente às leis iníquas.

Mas nem tudo são sombras.

- O movimento laical em defesa da vida, através da informação, sensibilização e oração.

- O regresso à Palavra de Deus.

- A vitalidade dos novos movimentos e comunidades.

- A campanha dos bispos na crise económica e social.

- A atenção ao mundo da cultura e do património. A descoberta da beleza como atalho para chegar a Deus.

- A pastoral da Saúde, a Cáritas e outros serviços que têm discutido com a sociedade civil problemas humanos e sociais, com evidente êxito.

Frente à civilização do ter, do poder e do prazer há pessoas sequiosas de oração, de silêncio povoado de Deus. É urgente continuar esta busca. É decisivo repensar a Pastoral da Igreja em Portugal, na nossa Diocese, na nossa paróquia, para ser mais visível, credível e mais fiel a Jesus Cristo.  

Cónego Jorge Seixas