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Jornal - Entrevista

Entrevista com D. Ilídio Leandro, Bispo de Viseu

D. Ilídio Leandro terminou no dia 5 de Junho a Visita Pastoral ao Arciprestado de Mangualde.

Notícias da Beira entrevistou-o.

 

Notícias da Beira - D. Ilídio desde Janeiro que  percorreu  o nosso concelho. Que balanço faz?

D. Ilídio - O balanço é, deveras, positivo. A possibilidade de ter contactado, de perto, com as diversas comunidades paroquiais; ter celebrado em todos os lugares de culto dos diversos lugares; ter-me encontrado com todas as pessoas que se quiseram aproximar (...) tudo isto foi uma graça muito grande. Além disso, ter passado pelos doentes e a cada um dirigir uma palavra de conforto; ter estado com todas as crianças, adolescentes e jovens, nas escolas e nas catequeses; ter reunido com os diversos grupos de corresponsabilidade que animam a vida cristã das comunidades (...) foi para mim uma descoberta permanente que muito me enriqueceu. Ter, ainda, contactado com unidades tão empreendedoras de trabalho, nas empresas e nas experiências variadas de trabalho; sentir a vontade de servir nos diversos Autarcas do concelho e o desejo de, em cada situação, ajudarem a resolver problemas concretos, apostando no desenvolvimento e no futuro; celebrar em comunidades que fazem festa na Eucaristia e que preparam bem as celebrações dominicais... Todas estas realidades me deram uma visão do Arciprestado de Mangualde muito positiva. Tudo isto é parte do que eu quero realçar, louvar e agradecer, recordando os diversos agentes desta vida que cresce e que se fortalece com dedicação, amor e entrega de muito e bom voluntariado.

 

N.B.- Na Carta Pastoral que dirigiu aos Amigos e Irmãos do Arciprestado de Mangualde referiu que viria como Bispo, Pastor, sobretudo, como amigo e irmão, para nos conhecer melhor e nos confirmar na Fé.

Que impressão leva no coração destas terras?

D. Ilídio -  A impressão é a confirmação de que me receberam nas dimensões que enunciei na Carta. Sinto-me mais Bispo e Pastor porque conheço melhor a realidade e as pessoas desta parte da Diocese. Sinto-me mais amigo e irmão porque em todas as pessoas encontrei amigos e irmãos, na mesma fé e na mesma esperança e com igual vontade de ser e renovar a Igreja.

 

N.B.- Quais foram as maiores dificuldades que encontrou no nosso concelho?

D. Ilídio -  Repetindo-me e dizendo o que tenho dito de outras vezes e noutras áreas da Diocese, sinto que há freguesias e aldeias com um envelhecimento muito acentuado. A desertificação é notória e sinto que pouco se faz ou se pode fazer para corrigir esta situação. A emigração, começada há já alguns anos, não tem parado. Os casais novos estão fora - no estrangeiro ou noutras zonas do País. A natalidade é diminuta e as condições para atracção de jovens e de casais novos são mínimas. Tudo isto faz o estado actual das coisas. Felizmente que, em Mangualde - cidade e freguesias limítrofes - esta situação é mais animadora. Na cidade vêem-se muitas crianças e há crescimento e apostas nos investimentos que estão a fazer-se. Na vivência da Fé, enquanto comunidades cristãs, desejo mais apostas na formação e na corresponsabilidade em áreas que comprometam mais os leigos. É um trabalho que se está a fazer e que os Párocos estão empenhados em prosseguir.

 

N.B.- Sendo a Paróquia de Mangualde a maior do nosso concelho e da nossa Diocese como vê a dinamização dos Grupos e Movimentos?

E que ideia leva relativamente aos jovens?

D. Ilídio  - Encontrei em Mangualde alguns Grupos e alguns Movimentos com muita vontade de crescerem como cristãos e com abertura ao mundo, num testemunho que é essencial à vida cristã. A formação dos Dirigentes e Responsáveis é fundamental e essa formação deve ser permanente, pois as exigências são cada vez maiores e mais específicas. Creio que há um bom trabalho, no geral. Os jovens fazem um esforço grande para manterem o seu entusiasmo e vigor, características essenciais no processo da Nova Evangelização. Sobretudo nos jovens, hoje a quantidade é quase impossível. A qualidade é apreciável e é sempre de estimular. A amizade dos responsáveis e o sentido do acompanhamento pessoal e do grupo são factores essenciais.

 

N.B.- Que mensagem nos deixa?

D. Ilídio  -  A mensagem que deixo é um forte apelo à confiança e à esperança, pedindo a que, cada um e cada uma, sejam exigentes na vivência da Fé como um encontro pessoal, belo, verdadeiro e feliz com Jesus Cristo e com cada pessoa. Somente assim o testemunho será positivo e este é a base do anúncio de Jesus que é a condição essencial para que os “outros” creiam. Os jovens são chamados a ser os apóstolos e os missionários dos jovens; os cristãos são chamados a ser os anunciadores dos valores de que o mundo precisa - os valores válidos que o Evangelho nos ensina. Importa, nestas circunstâncias difíceis, lembrar, anunciar, estudar e, sobretudo, viver as Bem- aventuranças. Estas, praticadas, ensinam a concretizar uma Sociedade melhor e mais feliz.

 

N.B.- A Paróquia de Mangualde, nestes últimos 4 anos, viveu uma experiência nova, tem somente um sacerdote, em vez de uma equipa Sacerdotal.

Que impressão leva desta nova situação? Sentiu os leigos com vontade de assumirem responsabilidades na pastoral?

D. Ilídio  -  Queremos uma Igreja de baptizados, onde cada cristão - sacerdote, religioso, leigo - encontra lugar para a Missão. Um Sacerdote em qualquer paróquia é suficiente. A Igreja existe a partir do momento em que há cristãos, com a possibilidade de se celebrar a Eucaristia e os Sacramentos. Porém, fundamental para que as celebrações tenham lugar é haver anúncio e vivência da Palavra de Deus e aprofundamento da Fé. Sobretudo hoje, um sacerdote é suficiente; a acção dos leigos cristãos é indispensável. Sim, há leigos cristãos muito capazes e com muita vontade de viver a Fé, construindo e renovando a Igreja para ser sempre a Igreja de Jesus.

 

N.B.- Concorda que podemos chamar a esta Paróquia, com a sua acção social, “um Evangelho vivo”?

D. Ilídio - .Nenhuma paróquia tem a perfeição acabada. Cada comunidade está em crescimento e em realização do projecto de Jesus. Ser “Evangelho vivo”, somente Jesus Cristo. Somo-lo, cada um de nós e cada comunidade, tanto quanto nos aproximarmos do “Evangelho vivo” e vivermos d’Ele.

 

N.B.- Sentiu a dinâmica do Sínodo na nossa comunidade? D. Ilídio - Sim. Senti que o Sínodo está presente e começa a chamar a todos para a Missão. Precisamos de sentir-nos chamados a viver a comunhão que se fundamenta na Palavra de Deus, se celebra e alimenta na Eucaristia e nos Sacramentos, se rega e se cuida com a Oração e se vive, anuncia e testemunha com o amor. “Em comunhão para a missão” é um desafio para todos. Faço votos de que Mangualde - paróquia e arciprestado - viva, com alegria, empenho e determinação este belo Projecto da nossa Igreja de Viseu.