Jornal - Entrevista |
A Vida Presbiteral é um grande desafio Lino Alberto Pereira Loureiro é natural de Gandufe, freguesia e paróquia de Espinho, concelho de Mangualde, filho do Sr. António Maria Santos Loureiro e de D. Maria de Lurdes Jesus Pereira. Foi ordenado presbítero na Sé de Viseu, no dia 26 de Junho passado, Dia da Diocese. Apresenta-nos assim a história da sua Vocação: “Quando frequentava o ensino básico em Mangualde, em simultâneo, participava em alguns encontros do pré-seminário. Aí comecei a conhecer-me, a descobrir Cristo, a perceber que, estando atento, conseguiria entender o que Ele tinha para mim, a partir daquilo que eu era na realidade. Desafio foi ir para o Seminário. Aí num contexto de oração, estudo e partilha, fui amadurecendo a minha vocação. Conscientemente, entrei para o Seminário Maior. Seguir Cristo, o Bom Pastor era, sem dúvida, o que eu queria para o resto da minha vida. O chamamento era evidente e o “SIM” era iminente. Agora, aqui estou, comprometido com Deus e com o Mundo, tornando a minha vida um inteiro serviço, tentando ser para os outros sinal da presença amorosa de Deus.”
E quisemos conhecer um pouco mais o que pensa e sente este novo sacerdote da Diocese de Viseu, enviado também ele a servir o Senhor, “em comunhão para a missão”...
Numa época em que os compromissos são tão questionados, como apresentar o compromisso de uma vocação e entrega Sacerdotal? Pe. Lino - O sacerdócio ministerial não é simplesmente um compromisso, é uma VOCAÇÃO. Se a assumirmos conscientemente, discernindo que é, de facto, o que se quer fazer na vida, sentindo, sobretudo, o que Deus quer para nós, isso realiza-nos e faz-nos dar frutos. Quando nos apercebemos que a nossa palavra ou acção toca os corações e os converte, quando perdoamos os pecados sendo nós próprios pecadores, quando ajudamos os outros a descobrir as perspectivas do Reino de Deus e, principalmente, quando celebramos a Eucaristia, tomando o lugar de Cristo, somos, de facto, FELIZES.
Quais pensa serem as principais preocupações de um Sacerdote, hoje, perante o contexto actual? Pe. Lino - As preocupações de um sacerdote de hoje, são transversais às de todos os cidadãos conscientes. No entanto e, obviamente, acrescidas de outras tantas inerentes ao facto da missão que o identifica e da responsabilidade que tem, tendo em conta, a condição de seguidor de Cristo.
O que, de antemão, poderá esperar das futuras comunidades paroquiais que lhe serão confiadas? Pe. Lino - Como disse, a vida presbiteral, é um grande desafio nos dias de hoje. No entanto, o padre, não caminha sozinho, ele é povo com o povo. Tem que haver um processo de adaptação mútua. Espero que as comunidades paroquiais que me forem confiadas estejam receptivas à referida adaptação, sem saudosismos e com disponibilidade para colaborarem e ajudarem o Pastor que lhes foi confiado.
Como neo-sacerdote, que expectativas tem deste processo de interiorização e renovação, o Sínodo Diocesano, que a Diocese de Viseu está a viver? Pe. Lino - O Sínodo é, por si só, um desafio para as nossas comunidades paroquiais e para mim, agora com mais responsabilidades. Espero que, após a participação activa de todos neste processo, tenhamos concretizado o objectivo final: uma Igreja em sintonia com o actual Povo de Deus e que tenha despertado nos jovens “vocações sacerdotais”.
Como lançaria aos jovens este desafio vocacional sacerdotal? Pe. Lino - O testemunho de um padre jovem será, sem dúvida, um estímulo. A felicidade séria e adulta que eu conseguir transmitir aos jovens das paróquias que me forem confiadas, fará certamente despertar o interesse por esta vida dedicada exclusivamente aos outros, seguindo o exemplo de Cristo, o Bom Pastor. Quando os jovens entenderem que o verdadeiro “ líder” é Jesus Cristo, descobrirão a fonte da verdadeira alegria: “Vinde e Vereis”. |