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Proclamamos a Vossa ressurreição

(25º Aniversário da Cidade de Mangualde)

Quem se unir a Cristo na Sua morte – e esse é fruto fecundo do nosso baptismo (Rom. 6,4) – e pressentir o seu mistério, a ponto de a anunciar como boa-nova de salvação, só pode exultar com a ressurreição de Cristo. O anúncio da ressurreição de Cristo foi sempre, na Igreja, uma exultação de alegria. Ela é a festa da vida, que se afirma na sua possibilidade de plenitude e de eternidade. O “Kerigma” cristão é uma exultação com a ressurreição de Cristo. Não é só a afirmação de que a aceitamos, porque acreditamos nela; é o júbilo exultante de quem descobriu a vida e fundamentou a esperança. É que nessa festa manifestamos a nossa esperança de viver em plenitude.

Esta proclamação jubilosa é, antes de mais, uma expressão de amor a Jesus Cristo. Exultamos com Ele e por causa d’Ele, Ele que esteve morto e agora vive para sempre. É a primeira manifestação de comunhão amorosa com o Senhor, porque a Sua ressurreição é a Sua vitória pessoal e o triunfo completo da Sua missão.

 E o aspecto mais íntimo desta vitória é o facto de a Sua ressurreição significar, para Cristo, o Filho, a completa satisfação de Deus Pai com Ele e com a maneira como cumpriu a Sua missão, Ele que quis sempre fazer a vontade do Pai. O Pai está plenamente satisfeito com o Filho e glorifica-O. Essa era a confiança de Jesus no momento decisivo da Sua obediência: “Pai, chegou a hora: glorifica o Teu Filho, para que o Teu Filho Te glorifique” (Jo. 17,1). E Deus glorificou-O, ressuscitando-O dos mortos. Devido à Sua obediência, “Deus exaltou-O e deu-lhe o Nome que está acima de todos os nomes” (Fil. 2,9). A exultação pascal é, antes de mais, a participação dos discípulos nesta alegria íntima de Jesus de se sentir reconhecido pelo Pai na Sua fidelidade. A alegria pascal é contemplativa.

Mas nós exultamos porque a ressurreição de Jesus é também o nosso triunfo, a nossa vitória sobre o pecado e sobre a morte. Na tradição bíblica, o pecado e a morte eram domínio do demónio. A morte de Cristo é o combate decisivo entre a morte e a vida, entre Deus e o demónio. E Cristo aceitou enfrentar o inimigo no seu próprio campo: o pecado e a morte. E venceu e com Ele, vencemos nós.

O “Kerigma Apostólico” anuncia a ressurreição de Cristo como vitória sobre a morte: “Deus ressuscitou-O, livrando-O das garras da morte” (Act. 2,24). A morte e ressurreição de Cristo não se compreendem como experiência exclusivamente pessoal. Não é só a vida de Cristo que está em questão, mas a vida de todos os homens. Trata-se de um verdadeiro combate entre a vida e a morte e, curiosamente, nós estávamos nos dois campos de batalha: do lado da morte, porque feridos pelo pecado, estávamos escravizados por ela; do lado de Cristo porque Ele representa todos nós e luta por nós. Cristo vencendo, derrotou em nós o pecado e libertou-nos da escravidão da morte e resgatou-nos para a vida. São Paulo escreve aos Romanos: “O homem velho que havia em nós foi crucificado com Ele, para que fosse destruído o corpo pertencente ao pecado; e assim não somos mais escravos do pecado… Mas se morremos com Cristo, acreditamos que também com Ele viveremos. Sabemos que Cristo ressuscitou de entre os mortos, já não morrerá; a morte já não tem mais domínio sobre Ele” (Rom. 6,6-9).

A liturgia pascal lembra-nos este combate de vida ou de morte em que nós, pela fidelidade de Jesus Cristo, saímos vitoriosos com Ele: “A morte e a vida travaram um admirável combate: depois de morto, vive e reina o Autor da Vida” (Sequência da Missa da Páscoa). Esta vitória de Cristo significa para o homem um segundo nascimento, pois o Senhor ressuscitado “é o primogénito de entre os mortos” (Col. 1,18). Esse segundo nascimento gera um Povo novo, “que Ele chamou das trevas à sua luz admirável” (1Ped. 2,9) e que recebe d’Ele a vida, para O seguir até à Casa do Pai. Os que anunciam a morte do Senhor e exultam com a Sua ressurreição, esperam ansiosamente a plenitude da Vida que Ele vive e nos revelará e dará aquando da Sua última vinda.

Cónego Jorge Seixas