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Jornal - Notícias da Igreja

Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo

 

a) No Tempo Pascal, celebramos o mistério da nossa salvação. No domingo passado, recordámos a razão primeira e última de toda a salvação: o mistério de Deus, Pai, Filho e Espírito Santo. Neste dia, celebramos o centro e a causa: Jesus Cristo, morto e ressuscitado, através da Eucaristia, “admirável sacramento” e “memorial da vossa paixão” (Colecta). A celebração deste dia não é uma repetição da de quinta-feira Santa. A celebração de quinta-feira Santa está toda ela em função do Tríduo Pascal e tem diante de si, de um modo especial, a Páscoa do Senhor e a sua mensagem sobre o amor fraterno. A celebração de hoje, tendo a mesma base, realça outros aspectos que comentaremos.

b) “Entregou-Se a si mesmo como cordeiro imaculado e sacrifício perfeito” (Prefácio II, MR p. 1255). É o centro da fé cristã; Jesus Cristo, no fim da sua vida, fez da sua morte uma doação total ao Pai e aos homens. A segunda leitura, o texto central da carta aos Hebreus, apresenta os dois aspectos deste mistério. O primeiro: “Cristo, com o seu próprio Sangue, entrou de uma vez para sempre no Santuário”; oferecendo-se a Ele mesmo, não como oferenda de outros, entrou na total comunhão com o Pai, chegando, assim, à plenitude. E o segundo aspecto: “com o seu próprio sangue, alcançou-nos uma redenção eterna”; a sua entrega (doação) realiza a verdadeira salvação de todos os homens e de todas as mulheres da história. O título litúrgico desta solenidade é o “Corpo e Sangue de Cristo”; não é só o Corpo (o “Corpus” tradicional), realçando a realidade profunda do Corpo do Senhor; é a humanidade de Jesus entregue ao Pai através do derramamento do seu Sangue. Os sinais do pão e do vinho são o memorial simples do mistério imenso que mudou a história. O pão e o vinho tornam presente sacramentalmente o amor salvífico que Deus tem pela humanidade, incluindo a actual, realizado na morte e na ressurreição de Jesus.

c)  Abordemos alguns aspectos da nossa salvação que se manifestam na Eucaristia.

1.  Receber o Corpo e o Sangue do Senhor é participar da sua morte e da sua ressurreição, pelas quais o Espírito conduziu Jesus à plenitude. Na nossa vida, participamos da Páscoa do Senhor, quando amamos, perdoamos, nos damos, como fez Jesus na cruz e na ressurreição. A Eucaristia é o sinal sacramental que expressa e alimenta a nossa participação vivida na Páscoa do Senhor. São “o dom da unidade e da paz, que estas oferendas misticamente simbolizam” (Oração Sobre as Oblatas); “neste sagrado mistério, alimentais e santificais os fiéis, para que os homens do mundo inteiro sejam iluminados pela mesma fé e unidos pela mesma caridade” (Prefácio II, MR p. 1255). “A Eucaristia é a fonte e o centro de toda a vida cristã” (LG 11).

2.  O pão e o vinho significam que a Páscoa do Senhor é alimento para os peregrinos. Jesus percorreu fielmente o seu caminho. Por isso, também nós somos convidados a imitá-Lo, caminhando para um amor cada vez mais justo, mais generoso e mais pacificador. O Senhor deixou-nos como sinal da Sua Páscoa – Pão e Vinho – um alimento que dá energia para viver em paz e em perdão o deserto difícil da nossa vida.

3.  Um dos aspectos mais importantes deste dia é a confissão de fé na presença real do Senhor na Eucaristia, tema que gerou muitas controvérsias. Professar a fé na presença real faz parte da experiência cristã do amor de Deus, partilhado pela humanidade. O Verbo fez-se “carne”, ele é “um de nós”, “nascido de uma mulher”, “realmente morreu e ressuscitou”, “não sou um fantasma”. A Eucaristia é sinal da presença real do Senhor na Igreja e no mundo, conduzindo o mundo para o único caminho da vida, ou seja, participando na Sua morte e ressurreição. Neste espírito, deveremos promover os actos de piedade próprios da festa deste dia: exposição e adoração ao Santíssimo Sacramento, procissão, etc.

4.  Por tudo isto, a Igreja faz-se na Eucaristia. A comunidade, que vive do Espírito do Senhor na medida que ama e torna o mundo mais humano e pacífico, encontra-se à volta de uma mesa, sendo como que um sinal de uma grande ilusão da Igreja: que todos os homens e todas as mulheres do mundo cheguem, um dia, a viver como irmãos, partilhando a mesma mesa, participando do Espírito da Sua Cabeça e Pastor.

5.  Finalmente, há que salientar o clima de acção de graças. A Igreja e o mundo tudo recebem de Deus através do dom do Seu Filho Jesus Cristo, e neste próprio dom, significado na Eucaristia, dá-lhe graças. É também um sinal de viver, reconciliados com a realidade. Tudo o que somos e temos é graça, especialmente o Espírito de Deus, que levou Jesus à plena fidelidade e que nos leva também “à participação eterna da vossa divindade, que é prefigurada nesta comunhão do vosso precioso Corpo e Sangue” (Oração Depois da Comunhão).