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Jornal - Notícias da Igreja

Imaculada Conceição

a)É importante celebrar esta solenidade sem esquecer que estamos no Advento. Maria é a discípula perfeita, é aquela que vive as últimas palavras da carta de S. Pedro que escutaremos no 2º Domingo do Advento: “que o Senhor vos encontre na paz, sem pecado, nem motivo algum de censura”. Ela ensina-nos a vigiar rezando e a viver na esperança. Sabemos que o pecado entra no mundo quando o homem quer ser Deus e, com o seu comportamento, coloca Deus à margem da realidade. Esta é a origem do pecado. As leituras mostram-nos como Deus intervém depois do pecado e atribui a vitória à descendência da mulher (1ª leitura). Maria é cheia de graça, como nos recordará o evangelho. A segunda leitura diz-nos como é o amor de Deus, que pediremos no salmo do 2º Domingo do Advento e que nos abençoa no seu Filho para que sejamos santos e irrepreensíveis aos seus olhos. Maria foi a primeira que fez a experiência da plenitude deste amor.

b)         Fixemo-nos nas orações do missal para esta solenidade. Há uma afirmação comum: a perseverança na limpeza de toda a mancha. Também as orações nos falam de Maria como morada, como mãe (colecta e o prefácio) do Filho, ou seja, acentuam Jesus Cristo, e prefiguração da Igreja (prefácio). Também se destaca o privilégio singular (oração depois da comunhão), a graça que foi antecipada (oferendas), plenitude da graça (prefácio). Também se indica o caminho para nos encontrarmos com Cristo: chegar limpos de todos os pecados (colecta e oferendas), que tira o pecado do mundo (prefácio).

c)A narração situa-nos no paraíso. Diz-nos que o mundo é bom, é como um jardim que dá fruto em redor da sabedoria, é património de Deus. A árvore é o símbolo da sabedoria que dá frutos, como os anciãos, que na cultura semita são reconhecidos pela reflexão, pelo trabalho e pela perseverança. Natanael é reconhecido por Jesus como um sábio, um verdadeiro israelita: “quando estavas debaixo da figueira (uma árvore), eu vi-te” (Jo 1,47). A serpente, porém, é o símbolo da astúcia, da religião cananéia, onde a dimensão ética da vida pouco importa, as pessoas e as comunidades mais pobres não são tidas em consideração e só interessa a “fertilidade” individual, fácil e superficial. Aqui existe o perigo, sobretudo em tempos incertos como os que estamos a viver, de o homem se deixar seduzir e afastar-se dos critérios de Deus. Longe de Deus, Adão e Eva dão conta que estão nus, não se entendem, culpabilizam-se mutuamente; entramos num mundo individualista, egoísta, a natureza torna-se hostil. Podemos sugerir alguns exemplos actuais, como as secas, a violência, a tentação de muitos grupos procurarem somente os seus próprios interesses para se tornarem cada vez mais fortes, mais ricos, mais potentes, colocando à margem tantas pessoas, povos e nações.

d)A escolha de Maria é a resposta que Deus dá à humanidade nesta luta contra a serpente. Ele virá salvar-nos. Então, deverá brotar do nosso coração o sentimento de gratidão e de reconhecimento; é a resposta do salmo: “Cantai ao Senhor um cântico novo: o Senhor fez maravilhas”. Contemplemos este mistério que S. Paulo descreve aos Efésios e que desce em Maria para que nos possamos reerguer. Esta graça é obra de Deus: o Senhor está contigo. Mas é necessário o consentimento de Maria: “Eis a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra”.

e)       É necessário tomar a consciência de serviço, ou seja, eu não sou para mim, como convida a serpente, mas para Deus, para a humanidade. Há também o desejo de que isto se concretize em mim, “faça-se em mim…”. É a partir de Maria, a cheia de graça, santa, irrepreensível, que nos apercebemos de que a esperança da fé tem as suas raízes na consciência de ter sido “escolhido” por Deus, ou seja, somos amados e predilectos dele. Apesar de o mundo ser tão hostil, competitivo e egoísta, a eleição que Deus faz convida-nos a tomar consciência de que, connosco, os outros também foram escolhidos; ninguém é esquecido, ninguém é desprezado. Maria é um templo, uma arca de Deus para todos.