Jornal - Regional |
Um inferno
O dia 15 de outubro de 2017 ficará marcado na mente de muitos. Foi um inferno, tudo ardia na minha aldeia - Mourilhe e em tantas outras do nosso concelho. O vento trazia consigo o fogo que galopava por todos os lados e devorava o que encontrava. Consumindo casas, fábricas, animais, floresta, campos, tudo...uma vida de trabalho e de sacrifício que em poucos segundos acabou em cinzas. Cada um tentava defender os seus bens. No meio das chamas ouviam-se gritos de filhos a chamar pelos pais, pais gritavam para que os filhos fugissem. A cada minuto ouviam-se explosões, era um autêntico cenário de guerra. Os gritos no meio da noite pediam socorro, mas os meios não chegavam.Não apareceu nenhuma ajuda, cada um tentava sobreviver. Os pedidos à Nossa Senhora eram muitos, só Ela nos podia valer. Felizmente no nosso concelho não se registou nenhuma vítima mortal. O nosso concelho transformou-se num manto negro. Não há memória de uma catástrofe como esta. Quem vive da terra e como todos sabemos a nível do setor primário já não era fácil levar uma vida desafogada, agora tudo se complicou. Será difícil encontrara forças para recomeçar tudo de novo. O governo decretou três dias de luto perante tal situação. O Presidente da República dirigiu palavras de conforto às populações. Referiram que vão ser tomadas medidas, mas até lá como vamos ficar ? |