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HOMILIA DO 18º DOMINGO COMUM (ANO A)

O evangelho deste domingo começa por nos dizer que Jesus “retirou-se num barco para um local deserto e afastado”. Depois de ter estado a pregar, anunciando o Reino de Deus com as parábolas, Jesus retira-se para um lugar tranquilo. Deseja ter um momento de paz, estar sozinho, serenar um pouco. De certeza que desejava um momento para rezar, passar um tempo de intimidade com o Pai, como os textos evangélicos, muitas vezes, nos dizem. Como vivemos tão atarefados na nossa vida, ocupados em tantas coisas! Como é necessário um tempo de sossego, um tempo para a oração, para relação com Deus e para “carregar as nossas baterias”. É importante alimentar a nossa vida espiritual! A Eucaristia é um desses momentos, não esquecendo o momento da nossa oração pessoal.

Mas, “ao desembarcar, Jesus viu uma grande multidão e, cheio de compaixão, curou os seus doentes”. Aproxima-se, atende-os e cura-os. Os discípulos preferiam despedir a multidão para que fossem às aldeias comprar alimento. Mas, Jesus prefere o contrário: Ele quer dar-lhes de comer, “não precisam de se ir embora; dai-lhes vós de comer”. Seja qual for a situação que tenhamos diante de nós, a nossa atitude deve ser a de Jesus: olhar como Jesus, sentir como Jesus sentia, agir como Jesus, numa entrega total e plena. A nós, hoje, Jesus também nos diz: “dai-lhes vós de comer”.

O milagre da multiplicação dos pães e dos peixes, em primeiro lugar, recorda-nos Moisés a alimentar o povo com o maná durante a travessia do deserto. Jesus é o Novo Moisés a dar de comer à multidão que o rodeia. Em segundo lugar, orienta o nosso pensamento para a instituição da Eucaristia, na última ceia. Os discípulos queriam mandar embora a multidão, porque estava a cair a tarde; a última ceia foi ao anoitecer. Jesus tomou os pães e os peixes, recitou a bênção, partiu os pães e deu-os aos discípulos e estes deram-nos à multidão; são os mesmos momentos que encontramos na última ceia. A multiplicação dos pães e dos peixes é uma profecia da Eucaristia, onde Jesus dará um alimento muito superior a estes: dará o seu corpo, pão da vida eterna. Em terceiro lugar, este milagre destaca a missão dos discípulos. Jesus partiu os pães, deu-os aos seus discípulos e estes deram os pães e os peixes à multidão. Os discípulos de Jesus, aqueles que O seguem, prolongam no mundo a sua acção. À Igreja foi confiada a missão de Cristo. Em quarto lugar, a narração deste milagre salienta a universalidade da salvação. Já o texto do profeta Isaías, na primeira leitura, afirma que a salvação não é somente para o povo judeu, mas para todos: “Todos vós que tendes sede, vinde à nascente das águas. Vós que não tendes dinheiro, vinde...firmarei convosco uma aliança eterna”. No evangelho, Jesus dá de comer a todos aqueles que O seguem. Jesus dá-se sem medida e a todos.

Hoje, tanta gente tem fome, morre de fome e de sede! Também entre nós, há pessoas com fome: fome de pão e de peixe, fome de amor e de outras fomes (pessoas com necessidade de companhia, de misericórdia, de compaixão, de um sorriso, de um abraço, de carinho…). Quem celebra a Eucaristia, tem de ser sensível a estas “fomes”. A Eucaristia não se pode separar da caridade. Sabemos que, devido às nossas poucas possibilidades, não podemos atender a todos, mas multipliquemos os nossos esforços para que possamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance. Esta é a nossa missão, é assim que ajudaremos a construir o Reino de Deus.

Matemos as fomes da nossa sociedade como se tudo dependesse de nós, na certeza de que tudo depende de Deus.

Cónego Jorge Seixas