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HOMILIA DO 3º DOMINGO DO ADVENTO (ANO B)

Num local em trevas, uma vela acesa é uma preciosidade, tem um grande valor. A sua chama é uma luz viva que torna possível caminhar sem tropeços. Estamos no tempo do Advento, caminhando para receber Jesus nas nossas vidas e preparando a comemoração do seu nascimento. Neste itinerário adventício, aparece-nos a figura de João Batista que nos ajuda a meditar e a celebrar o mistério da encarnação de Deus. João Batista é a primeira testemunha da Luz, perante as trevas da história do seu tempo. Naquele tempo, o povo judeu vivia oprimido pelo império romano, fazia uma experiência de desolação e de tristeza. João indicou-lhes um novo caminho que levava ao encontro com Jesus.

 

 

Hoje, também experimentamos as trevas. Quem de nós tem a coragem de afirmar que vivemos tempos de luz e de certezas? Quem não sente as trevas da doença e da morte; por vezes, tão perto de nós, nos nossos familiares e amigos? Quem não sente a escuridão da tristeza, da desilusão? Quem não sente a escuridão de não se sentir amado e valorizado, do desapontamento e da traição de algumas pessoas que estão tão próximas de nós? Quem não sente a escuridão do futuro incerto?

Quando João se encontrou com Jesus, ainda cada um nos ventres das suas mães, o seu coração exultou de alegria por sentir o Mestre e Messias. O seu coração iluminou-se e a sua vida foi um testemunho da luz. Não teve medo de denunciar a tirania e a vida imoral do rei Herodes e de todos aqueles que utilizavam a religião para satisfazer os seus próprios interesses. Para João Batista, ser testemunha de Jesus significava ser testemunha da verdade, denunciar a injustiça e combater o pecado. Ser testemunha de Jesus é ser fiel ao projecto do Reino de Deus, seguindo Jesus e viver segundo a sua vontade. Foi este estilo de vida que apaixonou João Batista até ao ponto de ter de morrer por ele, como aconteceu com Jesus Cristo, o Mestre.

Perguntaram a João: “Quem és tu?”. João afirmou que era um instrumento de Deus, era a voz daquele que clama no deserto: “Endireitai o caminho do Senhor”. Hoje, a mesma pergunta é-nos feita. Quem és tu? Para dar uma resposta, é necessário fazer outras perguntas: quem é Jesus para mim? Já me encontrei com Jesus? Quero Jesus na minha vida? Quero seguir a sua vontade? Estou disposto a renunciar às minhas seguranças, às minhas comodidades, às minhas conveniências, à minha boa imagem? Estou disposto a converter-me, a mudar de vida, a transformar o meu coração, tantas vezes indiferente à dor dos outros? Serei capaz de me convencer que ser cristão é muito mais que frequentar as celebrações que a liturgia da Igreja me oferece e fazer um certo número de devoções piedosas? Estou consciente que ser cristão é também ser homem e mulher de misericórdia, de acolhimento, de serviço humilde e atento aos outros?

Vivemos um tempo, ao mesmo tempo, de trevas, de provação, mas também de uma certeza: hoje, a luz, a verdade, o perdão, a misericórdia e a paz são possíveis no mundo. Porque Jesus está no meio de nós, junto da sua obra criadora. É isto que nos enche de alegria. Neste domingo, somos convidados à alegria. Por isso, S. Paulo afirma, na segunda leitura: “Vivei sempre alegres”. A nossa alegria não é superficial, comparável a um riso provocado por uma anedota, não é uma alegria passageira, não é só um sentimento. A nossa alegria é estar com Jesus. Procuremos o Senhor na vida e no rosto dos pobres e das vítimas de toda a espécie de mal. Levemos a alegria a todos os que andam nas trevas, perdidos, sem rumo, desorientados. Hoje, não há tempo para o medo, para o cansaço ou para a indiferença. Hoje, só pode haver tempo para a esperança, para o amor e para a verdadeira alegria que brotam de Jesus Cristo.

Cónego Jorge Seixas