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HOMILIA DO 19º DOMINGO COMUM (ANO C)

Vivemos numa sociedade que tem a obsessão de garantir tudo. Muitas vezes a proposta de Jesus aparece contra a corrente do pensamento que reina no mundo. O objetivo da nossa vida parece que é ter as coisas bem asseguradas, ter uma casa, um emprego estável, que possamos dispor de alguns meios para manter um bom nível de vida. Quando vemos pessoas que se acomodam na instabilidade já franzimos o sobrolho, vemos uma geração de pessoas que parece que rejeita a sociedade que construímos, a forma de viver e de pensar da nossa cultura ocidental.

Todavia, na segunda leitura, a Carta aos Hebreus fala-nos de Abraão, um grande homem de fé, que saiu da sua terra sem saber para onde iria. Era estrangeiro, habitando em tendas. E o texto afirma que “a fé é a garantia dos bens que se esperam e a certeza das realidades que não se vêm”. Nós dizemos que acreditamos em Deus e que Ele está connosco. É muito fácil dizer isto quando tudo nos corre bem, segundo os nossos planos, quando nada nos falta. Quando tal não acontece, facilmente dizemos que Deus se esqueceu de nós. Por isso, Jesus disse: “onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração”. Tantas vezes, Deus não é o nosso tesouro!

Jesus afirma de uma forma surpreendente: “Vendei o que possuís e dai-o em esmola”. Como esta frase nos traz à memória a resposta daquele homem rico que até era boa pessoa e com bom coração, mas quando Jesus lhe propõe vender tudo o que possuía, retirou-se triste porque era muito rico. Queria seguir Jesus, mas preferiu o comodismo da sua riqueza e a tristeza. Jesus quer oferecer uma maneira diferente de viver. “Tende os rins cingidos e as lâmpadas acesas”, ou seja, que nada seja obstáculo à nossa adesão à vontade de Deus a nosso respeito. Por isso, é necessário que aquele que esperamos seja Jesus, que não o confundamos com nenhuma outra realidade. E esperar Jesus na nossa vida é afastar o medo, porque Ele preocupa-se e está atento a tudo o que nos possa acontecer. Jesus afirma no evangelho: “Sede como homens que esperam o seu senhor voltar do casamento…Felizes esses servos, que o senhor, ao chegar, encontrar vigilantes…Estai preparados, porque na hora em que não pensais virá o Filho do homem”.

Perante estas palavras, Pedro fez a seguinte pergunta a Jesus: “Senhor, é para nós que dizes esta parábola, ou também para todos os outros?”. Ou seja, estas palavras são para nós, que somos a Igreja, ou são para os outros? Jesus respondeu: “A quem muito foi dado, muito será exigido; a quem muito foi confiado, mais se lhe pedirá”. Nós somos aqueles a quem muito foi dado, somos os que temos mais responsabilidade, porque somos o povo do Senhor, as pedras vivas do Templo do Senhor, a Igreja. Não pensemos que somos intocáveis; há que assumir as fraquezas da Igreja, temos de nos envergonhar com algumas ações de alguns membros da Igreja, para que possamos renovar, purificar e caminhar, continuando a sermos imagens de Jesus Cristo.

Neste domingo, a Palavra de Deus desafia-nos, novamente, a não nos apegarmos aos bens terrenos: eles desaparecem e não são fiáveis (não é o que estamos hoje a ver com o que se passa nas instituições bancárias, nas ações das bolsas?). Ganhemos, sim, tesouros no céu, pela partilha generosa com os outros, sobretudo os mais necessitados. Além disso, e relacionado com o tema do desprendimento, o Evangelho pede também vigilância. É preciso vigiar para estar “bem” no dia da morte, mas não podemos esquecer que devemos vigiar todos os dias para ir vivendo a Boa Nova da Salvação, fazendo a experiência de Deus em nós, cumprindo a sua divina vontade.