Bombeiros Voluntários de Mangualde
Comemoraram 85 anos
Este ano a Associação dos Bombeiros Voluntários de Mangualde comemorou 85 anos ao serviço da comunidade.
Os Bombeiros levaram a cabo várias atividades entre os dias 22 e 29 de junho. O dia 29, dia de São Pedro, seu padroeiro, foi o ponto alto das comemorações.
Este ano coincidiu com o domingo - Dia de S. Pedro e S. Paulo. O dia começou com alvorada e toque de sirene e hastear das bandeiras.
Às 11h00 Missa solene na Igreja Paroquial de Mangualde. Muitos foram os fiéis presentes na celebração eucarística e nas restantes atividades dedicada aos soldados da paz.
O Rev. Cónego Jorge Seixas na homilia salientou que: “Hoje, a melhor maneira de imitar estes dois grandes apóstolos, Pedro e Paulo, é sermos a imagem visível e clara da Igreja, de uma Igreja de serviço, de missão, de evangelização, de co-responsabilidade e de participação ativa na sociedade. Uma Igreja mais existencial do que essencial; mais plural do que centralizadora; mais encarnada na humanidade do que somente uma instituição jurídica. Uma Igreja mais comunidade do que somente uma estrutura social.
Enalteceu a missão dos Soldados da Paz, salientando que os B.V.M celebram 85 anos ao serviço da comunidade, “ que convosco comunga de momentos bons e maus …”. Devemos ter para com eles muito respeito e carinho, são homens e mulheres que lutam pelas nossas vidas …Lembrou também aqueles que já partiram e alguns deles em missão…
Endereçou um convite: “Sois sempre bemvindos e queridos nas nossa celebrações e nos atos religiosos.
Agradeceu a presença da Fanfarra de Nelas, que representou a de Mangualde, na Procissão do Corpo de Deus. Este ano o habitual Desfile das Fanfarras, coincidiu com o Dia do Santíssimo Corpo de Deus e os nossos Bombeiros não estavam disponíveis, por motivo de acolhimento aos colegas que vieram participar no Desfile das Fanfarras, mas tiveram a amabilidade de enviar outra Fanfarra.
No final em nome pessoal e de toda a comunidade desejou-lhes um dia muito feliz, com muita alegria. Da assembleia ouviu-se uma grande salva de palmas.
O Presidente da Associação dos B.V.M, Sr. João Soares agradeceu.
Seguiu-se a Romagem ao cemitério e homenagem aos Diretores e Bombeiros já falecidos.
Da parte da tarde a comunidade juntou-se no Quartel para com eles festejarem este momento.
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Primeira Comunhão
No dia 22 de junho, Dia do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, às 11h00, na Igreja Paroquial, 80 crianças que frequentaram o 3º Ano da Catequese e 1 adulto fizeram a Primeira Comunhão.
Cerca de meia hora antes do início da celebração, ocuparam a parte central da Igreja. O dia era especial para estas crianças e para este adulto, era a primeira vez que iam receber Jesus na Hóstia Consagrada.
A alegria era notória e o branco foi a cor predominante.
O Rev. Cónego Jorge Seixas deu início à celebração dirigindo-lhes as seguintes palavras: “Vós estais todos muito bonitos … "
Durante a homilia o Rev. Cónego Jorge Seixas, numa linguagem acessível a estas crianças transmitiu-lhe a mensagem de que: “ Jesus está na Eucaristia. Viemos aqui alimentar-nos de Jesus Cristo, para que fiquemos cheios de força (…) e assim Jesus entra na nossa vida e nos dá força. Ele é o pão da vida que comemos e que assimilamos no nosso corpo para que nos conceda a vida.
Salientou que devemos amar Jesus e para isso devemos praticar o bem através de boas ações. Jesus está sempre na estrada das nossas vidas.
A voz destas crianças fez-se ouvir em bonitos cânticos: “Eu quero ter um coração bonito…”; “Tenho um Amigo que me ama …”; “Guiado pela mão com Jesus eu vou …”, conduzidos pelo Rev. Cónego Seixas, ao qual a restante assembleia se juntou a pedido destas crianças.
Foi gratificante ver a alegria destes meninos.
No momento da Primeira Comunhão, as crianças organizadas em filas pelos catequistas dirigiram-se ao altar, onde receberam pela primeira vez , o corpo de Cristo, na Hóstia Consagrada, pelas mãos do Rev. Cónego, regressando calmamente ao seu lugar agradecendo a Jesus. No final mais uma vez o Sr. Cónego pediu uma salva de palmas para estas crianças e para os seus catequistas que com todo o amor e dedicação prepararam esta bonita Festa.
Também as crianças e seus pais agradeceram a contribuição da catequese na sua educação. Este ano frequentaram a catequese na Paróquia de Mangualde 643 crianças e jovens.
Os cânticos, como já é hábito, estiveram a cargo do Grupo Coral da Paróquia.
No final o Rev. Cónego fez um apelo a todas as crianças, jovens e comunidade cristã, a participarem na grande manifestação de Fé que é a Procissão do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo. E para aproveitarem a fazerem as suas orações, Nosso Senhor ficava exposto até à hora da Procissão.
Procissão do Corpo de Deus
Devido ao mau tempo que se fez sentir nesta tarde, a tradicional Procissão do Corpo de Deus que habitualmente percorre as ruas da cidade encurtou o percurso. Saiu do Complexo Paroquial deu a volta ao Largo da Misericórdia, terminando na Igreja Paroquial com um momento de oração.
As pétalas de flores decoraram o início do caminho da Procissão. Apesar do mau tempo que se fez sentir muitos fiéis participaram nesta grande manifestação de Fé.
A Fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Nelas deu o alerta para a Procissão que decorreu com toda a devoção com a participação dos Escuteiros, Fraternidade Nuno Alvares, crianças, jovens, Banda de Lobelhe e demais fiéis que acompanharam o Santíssimo Corpo e Sangue de Jesus.
No Final o Rev. Cónego deu a bênção final e transmitiu palavras de fé e coragem, “Jesus está sempre à nossa frente, guia-nos na estrada da nossa vida…”
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HOMILIA DO DIA DE S. PEDRO E S. PAULO
Neste dia, toda a celebração litúrgica, incluindo a Palavra de Deus, destaca duas figuras fundamentais para a Igreja: S. Pedro e S. Paulo. Na primeira leitura, o livro dos Actos dos Apóstolos apresenta-nos Pedro na prisão, que foi libertado pelo Senhor, como fruto da oração dos fiéis e como sinal de que Deus cuida e protege a sua Igreja. Na segunda leitura, Paulo, na sua carta a Timóteo, que é uma espécie de testamento do apóstolo, faz um resumo da sua vida, consciente de ter perseverado na fé. O texto do evangelho tem como protagonista Pedro, chamado a ser a pedra sobre a qual será edificada a Igreja. Assim, a liturgia da Palavra deste dia é uma esplêndida homenagem a duas figuras fundamentais do Cristianismo. Pedro e Paulo são modelos de pessoas cristãs comprometidas, através das suas vidas pessoais, da profunda conversão que fizeram e pela missão que lhes foi confiada.
Para a nossa reflexão, é importante partir da missão que receberam os dois apóstolos que hoje comemoramos e como a realizaram. No projecto de Deus, Pedro e Paulo foram enviados a difundir, animar e fortalecer a fé das pessoas, criando comunidades cristãs, e construindo, assim, a grande comunidade da Igreja. Paulo chegou a afirmar: “Ai de mim se não evangelizar”. Este projecto e missão é também o nosso, Deus o entregou a todos nós, tendo em conta a vida de cada um. Cada cristão e cada comunidade têm de descobrir qual é o caminho que o Senhor lhe pede, mas todos somos convidados a aceitar este chamamento: sair da sua comodidade para fazer chegar a todas as pessoas e lugares a luz do Evangelho. Nos afazeres do dia-a-dia, cada um de nós pode colaborar na evangelização do mundo. É necessário que todos contribuam para o crescimento do reino de Deus no mundo. Pedro e Paulo animam-nos a trabalhar para que chegue a todos o reino, que é um reino “universal e eterno, de santidade e de graça, de amor, de justiça e de paz”.
Além desta missão evangelizadora, não podemos esquecer que somos a Igreja, povo de Deus que caminha neste mundo. Quando começamos a analisar como está a nossa comunidade, procuramos logo fazer uma análise sociológica, em vez de realizar um discernimento evangélico, ou seja, procuramos os factores externos, de carácter político, social, económico ou cultural que estão presentes no contexto em que nos movemos e existimos, e não fazemos uma leitura de todos estes factores à luz do evangelho. É muito importante ter a capacidade de estudar e ver os sinais dos tempos.
Hoje, a melhor maneira de imitar estes dois grandes apóstolos, Pedro e Paulo, é sermos a imagem visível e clara da Igreja, de uma Igreja de serviço, de missão, de evangelização, de co-responsabilidade e de participação activa na sociedade. Uma Igreja mais existencial do que essencial; mais plural do que centralizadora; mais encarnada na humanidade do que somente uma instituição jurídica. Uma Igreja mais comunidade do que somente uma estrutura social.
Que Pedro e Paulo, pilares da Igreja, nos fortaleçam na fé e nos ajudem a construir esta realidade e esta imagem de uma Igreja plenamente fiel ao Evangelho. |
HOMILIA
DO CORPO DE DEUS
A solenidade deste dia está relacionada com o dia de quinta-feira santa. Por isso, é uma solenidade eucarística, um momento para reflectir no memorial da “morte e da ressurreição do Senhor”, sacramento da nossa fé. É uma solenidade instituída no século XII e que se celebrou pela primeira vez em 1246. As leituras bíblicas deste dia destacam as diferentes dimensões deste símbolo que Jesus nos deixou. O livro do Deuteronómio recorda-nos as palavras de Jesus ao vencer as tentações no deserto: Nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”. São Paulo faz referência à identidade da Eucaristia e à unidade que é gerada por ela, porque todos participamos do mesmo pão: “Não é o cálice…a comunhão com o Sangue de Cristo? Não é o pão…a comunhão com o Corpo de Cristo? Formamos um só corpo, porque participamos do único pão”. O texto do evangelho apresenta-nos três frases muito importantes: 1) Quem come deste pão viverá eternamente; 2) “Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue tem a vida eterna; e Eu o ressuscitarei no último dia”; 3) “Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue permanece em mim, e Eu nele”. Podemos concluir que a Eucaristia é fonte de vida, dá-nos a vida eterna e é um sinal de identificação com Cristo.
Ao longo da história, a Eucaristia nem sempre ocupou o lugar que lhe é devido, considerada, tantas vezes, como uma obrigação dominical, ou como um sacramento que se teria de receber ao menos uma vez por ano. O Concílio Vaticano II definiu a Eucaristia como “a fonte e o cume de toda a evangelização”, colocando-a no centro da vida dos cristãos, no centro da nossa espiritualidade. Para que tal aconteça, não basta somente ficar pelos aspectos doutrinais, mas é necessário ter em conta a dignidade da forma como é celebrada e vivida.
Na celebração e na vivência da Eucaristia, são muito importantes os seguintes verbos: partir, repartir e partilhar. Jesus eucarístico é pão e vinho para serem partidos, repartidos e partilhados. Mesmo sendo um mistério, a Eucaristia é um dom de Deus e o alimento para a nossa vida espiritual, mas também é um estímulo para o nosso compromisso cristão. Os sinais do pão e do vinho são objecto de adoração, mas também incentivo para uma vida cristã exemplar. O alimento material que comemos e bebemos desintegra-se e é assimilado pelo nosso corpo, para se converter em energia e fonte de vida. Assim acontece com Jesus-Eucaristia. Ele é o pão da vida que comemos e que assimilamos no nosso corpo para que nos conceda a vida.
Quando se parte um pão, fica em vários pedaços. Parte-se para se repartir e partilhar. Por isso, o sacramento da Eucaristia “não se pode separar do sacramento da caridade”. A Eucaristia nunca se pode separar do compromisso pessoal e comunitário. Dizia um mestre de vida interior: uma boa comunhão eucarística não se pode avaliar como tal pela força emocional que possa provocar, mas pelo grau de compromisso que dela deriva. Também uma boa celebração não se pode avaliar pelo número de participantes, mas pelo grau de implicação dos que participam.
A Eucaristia é o memorial da morte de Cristo. Na Última Ceia, Jesus antecipou sacramentalmente a sua morte sacrificial na cruz. Por isso, deu um novo valor e sentido ao pão e ao vinho, ao relacioná-los com a sua morte: o pão partido pelos seus discípulos passava a ser o seu corpo que iria ser entregue à morte e o vinho na ceia era o seu sangue derramado na cruz. Na Eucaristia, actualizamos a salvação, o cume da história, a plenitude dos tempos. Por ela, a força salvadora da morte de Cristo prolonga-se até ao fim dos tempos. A Eucaristia é alimento salvífico. Não é como o pão dos hebreus, que o comeram e morreram. Quem come deste pão viverá para sempre: “Eu sou o pão vivo descido do céu, quem come deste pão viverá eternamente”. Jesus entrega a sua vida para que tenhamos vida. A Eucaristia gera comunhão. Somos membros de um povo que parte e partilha o mesmo alimento. Formamos um só corpo, porque comungamos o mesmo pão, o mesmo Senhor. Que o Senhor nos ajude a sentir e a valorizar a Eucaristia na nossa vida.
Cónego Jorge Seixas |
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