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A Importância do Testemunho

(25º aniversário da Cidade de Mangualde)

O testemunho da Igreja Apostólica

O testemunho dos Apóstolos é constitutivo da própria Igreja. É a autenticidade do seu testemunho acerca da ressurreição de Jesus que dá origem à Igreja como realidade pascal. E da ressurreição eles são verdadeiramente testemunhas, viram e experimentaram o Senhor morto e ressuscitado. São João não se cansa de o afirmar: “foi este discípulo que dá testemunho destes factos e que os escreveu e nós sabemos que o seu testemunho é verdadeiro” (Jo. 21,24). Já a propósito do coração de Cristo trespassado pela lança do soldado, donde saiu sangue e água, João afirma: “aquele que viu dá testemunho, um testemunho autêntico e verdadeiro, para que vós acrediteis também” (Jo, 19,35).

Ser testemunha da ressurreição é condição para se ser apóstolo. Quando se trata da escolha de Matias para ocupar o lugar de Judas, o critério é esse: alguém que tenha, com eles, feito todo o percurso da vida pública de Jesus e “que se torne, connosco, testemunha da Sua ressurreição” (Act. 1,22).

Esse é também o fundamento do apostolado de Paulo. É porque o próprio Cristo ressuscitado lhe aparece na estrada de Damasco, que Paulo poderá ser sua testemunha. É o que lhe diz Ananias: “O Deus de nossos pais predestinou-te para conheceres a Sua vontade, veres o justo e escutar a voz saída da Sua boca, porque tu deves ser, para Ele, testemunha diante de todos os homens, do que viste e ouviste” (Act. 22,14-15). O próprio Senhor lhe promete que aquela visão será apenas o início de uma longa intimidade prometida e querida por Jesus (cf. Act. 26,15-16).

 A fé das comunidades enraíza directamente no testemunho sincero que Paulo dá, incansavelmente, deste encontro com Jesus Cristo. Relaciona a fé dos Tessalonissenses, uma fé que lhes dá acesso à esperança da vida eterna, com a aceitação do seu testemunho de apóstolo (cf. 2Tess. 1,10). Toda a pregação dos apóstolos é um testemunho comovente do seu encontro com Jesus ressuscitado.

Esta relação do testemunho dos apóstolos com a fé dos crentes, mostra que o testemunho é mais do que uma informação pessoal. É feito já no dinamismo do mistério da fé, ganha a força do testemunho do próprio Cristo e é dotado da eficácia sacramental de toda a Palavra de Deus, proporcionando àqueles que O acolhem a experiência que anuncia. O Apocalipse define os cristãos como aqueles “que obedecem à ordens de Deus e possuem o testemunho de Jesus” (Apc. 12,17). Porque esse testemunho de Jesus é o espírito de profecia (cf. Apc. 19,10), aqueles que O acolhem tornam-se profetas e apóstolos e podem, com o seu testemunho, comunicar a outros a fé, que os levará à intimidade com Jesus Cristo.

A perenidade do testemunho e o crescimento da Igreja

 Esta cadeia ininterrupta de testemunhos, que actualiza em cada tempo a possibilidade do encontro com Jesus Cristo, dá densidade à história da Igreja, fazendo de toda ela uma tradição viva, que tem, em si mesma, a força de um testemunho. Ao longo dos séculos foram permanentes e autênticos os testemunhos de fé em Jesus Cristo. Multidões de Mártires fizeram-no com o seu sangue, forma mais radical de testemunhar a fidelidade a Jesus Cristo. Outros percorreram o mundo a anunciar; outros, na busca persistente da verdade, aprofundaram esse tesouro inesgotável, exprimiram-no nas diversas culturas e tornaram-no cultura. Hoje e em cada tempo o testemunho de fé dos cristãos é indesligável desse testemunho da Igreja; ele é, apenas, a expressão desse testemunho de todo um povo crente, a fé da Igreja manifestada ao longo dos séculos e em tantas circunstâncias. Se o testemunho de cada um de nós não for a expressão da fé da Igreja, ele torna-se insignificante, incapaz de comunicar a fé.

Cónego Jorge  Seixas