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TODOS SOMOS CHAMADOS À FÉ (25º aniversário da Cidade de Mangualde)
O facto de a fé se comunicar por testemunho tem a ver com a Igreja como experiência de comunhão. Acreditar no testemunho de alguém significa confiar, abandonar-se à verdade do outro. A fé estabelece, assim, um laço profundo entre a testemunha e aquele que acredita no testemunho. Acreditando, cada crente participa na vida que o outro lhe comunicou; ao acreditar, entramos em comunhão. Como essa vida partilhada é a própria vida de Jesus Cristo, é n’Ele que nos encontramos em comunhão e Ele, a “testemunha fiel”, introduz-nos na comunhão trinitária. Esse é, aliás, o seu grande testemunho: Eu e o Pai somos um. Quando, através do nosso testemunho, semeamos a fé noutras pessoas, adquirimos outros caminheiros, nesse caminho interminável de seguimento de Jesus Cristo. Assim vai aumentando a Igreja como povo que caminha e se identifica, progressivamente, com o seu Senhor. E nessa peregrinação descobrimos que o testemunho não está, apenas, no início da fé. Ao estreitarmos os laços de comunhão como povo crente, cada um fortalece os seus irmãos com o testemunho contínuo da sua fé, quando celebra, quando reza, quando anuncia, quando ama os irmãos, quando vive toda a vida na fidelidade à verdade. É a fé da Igreja que nos sustenta na caminhada. Ao testemunharmos a própria fé, introduzimos no nosso diálogo com os outros o que de mais profundo e íntimo a nossa vida tem. Fazemo-lo com a simplicidade do amor e com a ousadia das grandes certezas. O próprio Jesus afirmou: “quem se declarar por Mim diante dos homens, Eu me declararei a favor dele diante de Meu Pai que está nos Céus” (Mt. 10,32). O testemunho é um preito de gratidão em relação a Jesus Cristo, que falará de nós ao Pai. Testemunhar a fé tem sempre a densidade da relação trinitária. |