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Jornal - Notícias da Igreja

AS FESTAS RELIGIOSAS  DE VERÃO

No Verão, são numerosas as festas (quase todas religiosas!) que se anunciam em Portugal. Quem nesta altura percorre o país notará as numerosas festas (religiosas) que existem em todos os concelhos. É um acontecimento social que marca a vida das comunidades, quebra o ritmo do quotidiano, mobiliza as pessoas tocando sobretudo os emigrantes que principalmente nesta altura estão de férias na sua terra, liga as diferentes gerações, favorece o encontro e o convívio, e transmite cultura, sentimentos e história. É igualmente uma ocasião propícia para a comunidade cristã manifestar a sua consciência de Igreja e para os fiéis revitalizarem a sua fé em Jesus Cristo pela contemplação dos mistérios ou dos santos que se celebram.

As festas hão-de ser objecto de particular atenção e cuidado pastoral, de forma a que se destaquem e promovam os valores cristãos e religiosos. Os outros aspectos também são importantes, mas dentro de uma hierarquia de valores que destaque, convenientemente, as motivações da fé e de autêntica tradição religiosa.

Sendo assim, as festas religiosas não podem ser manipuladas como muitas vezes e em muitas ocasiões e casos acontece, e também não podem ser despojadas do seu conteúdo cultural-religioso e humano-cristão. Nesta preocupação têm de concordar e agir em uníssono tanto os párocos como os mordomos e outros agentes da pastoral para que a festa seja um todo, integrando o divino e o humano.

Pondo de parte as festas de cariz pop, musical e abertamente profano, organizadas por jovens e por muitos munícipes para promoção de programas culturais com interesse turístico e económico regional, urge chamar a atenção para as festas promovidas pelas comunidades paroquiais que  estas hão-de ter um pleno sentido cristão e um cunho cultural ajustado, dando força ao princípio de que todo o valor humano pode e deve ser assimilado pela fé. Esta ideia, na pastoral, chama-se inculturação, a qual é um valor teológico de grande relevo e por isso muito útil a ter em conta para a festa traduzir bem a “alma do povo”.

A festa há-de ter sempre como fim principal a glória de Deus e o crescimento na fé de toda a comunidade. Todas as festas devem ter sempre em vista e pôr em evidência a Festa das Festas, ou seja, a Páscoa (festa primordial que dá, só por si, sentido a todas as festas). Ao dizer isto, implicitamente afirma-se também que o mesmo se deve dizer a respeito do domingo, dia do Senhor e da Igreja. Por causa disto, no dia da festa seja o ponto primordial a Eucaristia que deverá ser cuidadosamente preparada e o mais possível solenizada pela participação activa dos fiéis.

O pároco, pastor da comunidade, é o presidente nato de toda a comissão de festas religiosas. As comissões, com os párocos, preocupem-se antes de mais com a dignidade e elevação das acções litúrgicas e de todos os actos de piedade referentes à festa. Aliás, é por aqui que a comissão deveria começar a falar e a acertar logo que se reunisse. É cada vez mais certo que um pároco não pode nem deve sozinho tratar de todos os serviços religiosos, mas quantos mais leigos envolver melhor e a festa sairá sem dúvida muito melhor. Cada comissão procure que no programa sejam incluídas realizações que não desdigam do sentido da festa nem contribuam para a deseducação cultural ou moral do povo de Deus; pelo contrário, a comissão fará desta tarefa um ponto de honra no desempenho da sua função e tudo fará para que a festa seja expressão condigna do nível cultural, moral e religioso das comunidades.

Deve fazer-se especial atenção no esforço de preservar o ambiente, evitando a poluição sonora com músicas de mau gosto e barulhos desnecessários. Os direitos dos moradores à privacidade e ao repouso não podem ser esquecidos nesses dias.

Nisto tudo, as comissões terão sempre em vista o bem global da comunidade e não farão qualquer espécie de evidencialismo, manifestação de grandiosidade ou espírito de competição, nem se orgulharão do despesismo feito à custa dos pobres ou daqueles poucos que nessas ocasiões estão dispostos a deitar a mão aos bolsos, à custa sabe-se lá de quê. Isto não tem nada de espírito cristão nem de amor à terra ou ao próximo. Evitem-se despesas excessivas e qualquer forma de esbanjamento dos dinheiros recolhidos para a festa.

Os cartazes (programas) de anúncio da festa não podem ser mandados imprimir antes de serem examinados pelo pároco para este ver a honestidade dos programas, salvaguardar as horas mais convenientes para as acções litúrgicas e eliminar, se for o caso disso, expressões ou gravuras destoantes da dignidade da festa.

Os divertimentos têm de ser dignos e abertos a todos, sendo ocasião de geral convívio fraterno e de sadio entretenimento.

A Santa Missa ou a Eucaristia deve ser o acto central e de maior relevo de toda a festa. Há-de ter a máxima solenidade, sendo o mais possível participada por todos os fiéis com canto, leituras, ofertório, comunhão, etc, nunca sucedendo que por ser dia de festa e estar presente uma banda musical o povo nesse dia seja o menos participativo nisto que acabámos de elencar.

Escolha-se a hora mais conveniente para a celebração, de modo a que toda a comunidade, pela sua presença activa, possa fazer dela o centro da festividade.

Recomenda-se aos mordomos que sejam os primeiros a estar presentes e a dar exemplo de participação.

Durante a Missa deve criar-se um ambiente próprio de celebração sagrada, evitando qualquer actividade ruidosa exterior ao templo, que possa prejudicar a sua dignidade e a participação plena de todos os fiéis.

Finalmente, a procissão. Esta é uma legítima manifestação pública da fé. Por isso deverá ser bem organizada, tendo em conta as normas litúrgicas e devendo banir-se tudo o que destrói o seu carácter religioso e dignidade. Os fiéis hão-de incorporar-se na procissão com todo o respeito, caminhando, cantando, rezando ou reflectindo, pelo que não deverá ter um percurso ou itinerário excessivamente longo, a fim de todos participarem até ao fim.