Calendário

<<  Julho 2024  >>
 Se  Te  Qu  Qu  Se  Sá  Do 
  1  2  3  4  5  6  7
  8  91011121314
15161718192021
22232425262728
293031    

Entrada



Mapa

Coordenadas GPS:

40º36'21''N
7º45'57''W

Ver mapa aqui.

Visitas

mod_vvisit_countermod_vvisit_countermod_vvisit_countermod_vvisit_countermod_vvisit_countermod_vvisit_countermod_vvisit_countermod_vvisit_counter
mod_vvisit_counterHoje6632
mod_vvisit_counterOntem7323
mod_vvisit_counterEsta semana13955
mod_vvisit_counterEste mês99931
mod_vvisit_counterTotal7699587
Visitors Counter 1.5
PDF Versão para impressão Enviar por E-mail
Jornal - Notícias da Igreja

Paramentos e Simbolismo

das cores

A linguagem da literatura, não se reduz a uma mera oralidade, mas abarca os sentidos todos, tornando-se uma linguagem total e multifacetada que atinge a dimensão corporal e cósmica. Esta linguagem que envolve o corpo individual e social, atinge uma dimensão mística que os supera, para se tornar encontro e diálogo real com o divino, segundo a lei da encarnação e da transfiguração, numa expressão e explosão da divinização do homem e do universo. Neste sentido, a Igreja pede aos bispos diocesanos que actuem de igual modo para que «os presbíteros, diáconos e fiéis leigos, compreendam sempre profundamente o genuíno sentido dos ritos e textos litúrgicos e desse modo sejam levados à celebração activa e frutuosa da Eucaristia» e, assim, se obtenha o progresso e desenvolvimento «da dignidade das mesmas celebrações, para cuja promoção muito contribui a beleza dos lugares sagrados, da música e da arte» (IGMR 22 b).

Na linguagem litúrgica, entra também a linguagem da cor, como elemento característico da visão (impressão) e expressão humana e cósmica. Não esgota as diversas e ricas formas de linguagem, mas completa-as e, de nenhum modo pode ser ignorada e escamoteada, por sua força impressiva e expressiva. É o que quer dizer, a nosso ver o número acima citado da Instrução Geral do Missal Romano. A sua compreensão é um dado novo da ciência que afirma que: «a cor é percebida através da visão e que o olho humano (e não só) é capaz de perceber através de células cones, como elemento muito importante para a compreensão de um ambiente». Este elemento da nossa percepção, tão difícil de compreender, que não corresponde à propriedade dos objectos, mas a uma representação interna, lança-nos num outro tipo de linguagem, em certo sentido, quase análoga dos sentidos espirituais, excitados pela acção litúrgica. Como refere a investigação científica, os objectos não têm cor. A cor corresponde a uma sensação interna provocada por estímulos físicos de natureza muito diferente que dão origem à percepção da mesma cor por um ser humano». Nem é por acaso que, desde a antiguidade até aos dias de hoje, o simbolismo das cores obteve uma qualidade mística: o branco = pureza, inocência, paz, etc; o vermelho = paixão, energia, amor, liderança, fogo, etc; o verde: natureza, primavera, fertilidade, juventude, desenvolvimento, esperança; o violeta = espiritualidade, criatividade, sabedoria, dor, etc., etc.

Este jogo das cores, na Liturgia, não é meramente didáctico, mas eminentemente expressivo e simbólico. Amputá-lo, por mera comodidade que facilmente se torna mimetismo ou moda, atinge não apenas a forma, mas a própria linguagem da liturgia. «A diversidade de cores das vestes sagradas tem por finalidade exprimir externamente, de modo mais eficaz, por um lado, o carácter peculiar dos mistérios da fé que se celebram e, por outro, o sentido progressivo da vida cristã ao longo do ano litúrgico» (IGMR nº345). E ainda: «Na Igreja, Corpo de Cristo, nem todos os membros desempenham as mesmas funções. Na celebração da Eucaristia é significada externamente pela diversidade das vestes sagradas, as quais, por isso, são sinal distintivo da função própria de cada ministro. Convém, entretanto, que tais vestes contribuam também para o decoro da acção sagrada…» (IGMR nº335).

A cor refere-se, pois, como diz a Instrução, para exprimir os mistérios da fé e assinalar o carácter progressivo da celebração no ano litúrgico, quer dizer, constituem uma gramática cultual, facilmente apreensível.

Por outro lado, a forma da veste conduz a identificar os diferentes ministérios exercidos na assembleia litúrgica que confluem na unidade do Corpo místico de Cristo (Cabeça e membros), celebrando os santos mistérios da redenção humana.

Não se justificam, por isso mesmo, as reduções arbitrárias a que assistimos e que, por comodismo ou mesmo leviandade, destroem a rica linguagem que nos foi legada e que alguns, impensadamente, julgam ser obstáculo à participação, quando, na realidade, o contrário é que o é. Se houver dúvidas quanto a este assunto, leia-se a Instrução Geral do Missal Romano (nn. 335 a 347).