HOMILIA DO DOMINGO DA SANTÍSSIMA TRINDADE
Terminado o Tempo Pascal, a Liturgia da Igreja celebra a Solenidade da Santíssima Trindade. Em cada Eucaristia, recordamos a Trindade Divina, mas neste dia somos convidados a recordar e a refletir de um modo especial sobre o mistério de Deus.
Nenhuma das leituras bíblicas deste domingo explicam o mistério da Trindade, mas falam-nos de um Deus que está próximo, a tal ponto que, por amor, se adaptou à natureza humana. O nosso Deus é um Deus próximo à nossa vida: que por amor gratuito fez de Israel o seu povo eleito, por amor paterno lhes dirigiu a sua Palavra, com amor o libertou “com mão forte e braço estendido” da escravidão (1ª leitura). A nós, batizados em seu nome, concedeu-nos a dignidade de ser seus filhos adotivos (2ª leitura) e envia-nos por todo o mundo para anunciar a sua mensagem e o seu amor, dados por Jesus Cristo (evangelho).
Deus revelou-se progressivamente no decorrer da história. No Antigo Testamento, revelou-se claramente como Pai e o Filho de uma forma mais encoberta. No Novo Testamento, revelou-se claramente como Filho, prometendo o envio do Espírito Santo. Agora, o Espírito Santo habita entre nós e revela-se abertamente na Igreja. Santo Agostinho refere-se a este mistério de uma forma singular e muito interessante. Diz-nos que este Deus que se aproxima de cada homem e de cada mulher é Amor, é uma Trindade de Amor, na qual o Pai é o amante, o Filho, o amado, e o Espírito Santo, o amor. A primeira leitura do Deuteronómio faz referência a alguns gestos do amor de Deus: fala através dos patriarcas e dos profetas e salva da escravidão do Egito o povo de Israel. Serão felizes todos aqueles que cumprirem as suas leis e os seus mandamentos.
E hoje? Como é este Deus? A resposta encontramos na segunda leitura, da Carta de S. Paulo aos Romanos. Deus continua a estar próximo de cada um de nós. É um Pai amoroso e nós somos seus filhos, no Filho. Diz S. Paulo: “Recebestes o Espírito de adoção filial, pelo qual exclamamos: ‘Abba, Pai’”. Há que distinguir a nossa filiação e a de Jesus Cristo: Ele é Filho por natureza, nós somos por adoção, mas participamos realmente na vida do Filho único, por quem podemos invocar Deus com o mesmo nome familiar que usava Jesus: Abba, Pai. Esta filiação é autêntica, porque se realizou em nós uma profunda mudança na nossa natureza, quando nos configurámos com Jesus a partir do dia do nosso batismo, começando a fazer parte do seu Corpo místico, que é a Igreja. Aqueles que acreditam em Jesus, o Filho único, são verdadeiramente filhos de Deus Pai, como nos recorda a bela frase do apóstolo João: “Vede que admirável amor o Pai nos consagrou em nos chamarmos filhos de Deus. E somo-lo de facto!”.
Finalmente, com o texto do evangelho completamos a nossa reflexão, onde aparece bem evidente que Deus é Trindade: “Ide e fazei discípulos em todas as nações, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”. O Deus uno vive em três pessoas: o Pai, o Filho, que assumiu a nossa condição humana em Cristo, e o Espírito Santo. O nosso Deus não é um Deus solitário, mas é uma comunidade de amor. Deus é um amor feito vida: amor como uma pessoa.
Na nossa vida, procuremos sentir a ternura do Pai, a sabedoria do Filho e a consolação do Espírito Santo. Sintamos que somos morada deste Deus que nos convida a amar a todos. Assim seremos reflexo do amor de Deus para todos os nossos irmãos.
Cónego Jorge Seixas |
Crianças do 4º ano festejaram
“Festa da Palavra”
No dia 24 de maio, Domingo de Pentecostes, celebrou-se na paróquia de Mangualde, na Missa das 11h00, a Festa da Palavra.
Nesta Missa estiveram presentes 72 jovens do 4º ano da catequese, que neste dia ocuparam a parte central da Igreja.
O Rev. Cónego Jorge Seixas na homilia, explicou o significado deste dia – Domingo de Pentecostes.
Com a solenidade de Pentecostes, encerramos o Tempo Pascal.
Salientou que o Espírito Santo habita em nós desde o dia do nosso Batismo , Jesus está vivo e ama-nos. A Igreja é uma família que quer seguir Jesus.
Os crianças ouviam-no com atenção e respondiam as questões que o Rev. Cónego lhes colocava e todos em conjunto cantaram :“Ó Jesus eu nasci para te amar”.
Salientou também a importância da Bíblia que iam receber; “ aqui encontrais a força do Espírito Santo, bem como a história dos povos e de Jesus”.
“Deus ama-nos, dá-nos força e continua sempre connosco.”
E com a alegria cantaram: “Eu gosto de ti ó Jesus”, “Eu quero ter um coração bonito”…
No momento oportuno estas crianças receberam a Bíblia das mãos de um dos seus familiares.
As crianças participaram ativamente em alguns momentos da celebração: leituras, homilia, cânticos, entrega de oferendas.
No final o Rev. Cónego Jorge Seixas pediu uma salva de palmas para estas crianças e suas catequistas. |
Imagem Peregrina em Mangualde
Uma multidão
acompanhou a Mãe
O dia 23 de maio ficará gravado nos corações de milhares de fiéis que acompanharam a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima.
O arciprestado de Mangualde convidou toda a comunidade a estar presente neste dia memorável e assim aconteceu.
Pelas 9h30 uma multidão concentrou-se na rotunda Baden-Powell (em frente da GNR) para receber a imagem de Nossa Senhora, que vinha de Nelas, sendo saudada com palmas ao longo da Avenida.
Os Rev. Padres do Arciprestado e o Diácono Permanente Manuel Vaz acompanhados dos Grupos de Jovens do Arciprestado, crianças, diversos movimentos e demais fiéis receberam-Na com o cântico: “Senhora nós vós louvamos” e com largada de 60 pombas.
De seguida o Rev. Cónego Jorge Seixas, Vigário Episcopal da Zona da Beira Alta, recebeu uma rosa de cada paróquia (18), para serem colocadas aos pés de Nossa Senhora, símbolo de amor que todo o Arciprestado tem para com a Senhora, Nossa Mãe do Céu.
O Rev. Pe. Nuno Azevedo – Arcipreste e responsável pela organização deste evento pediu aos milhares de peregrinos que com toda a serenidade acompanhassem a procissão de uma maneira ordeira para a Igreja Paroquial de Mangualde com a recitação do terço e da seguinte forma: Cruzes, crianças abriram a procissão, seguida da guarda de Honra a Nossa Senhora pelos Bombeiros Voluntários de Mangualde, que delineavam o perímetro de segurança, seguindo os Rev. Padres do Arciprestado, entidades oficiais e demais fiéis. Esteve presente o Sr. Presidente da Câmara e Vereadores.
Durante o trajeto foi rezado o terço pelos Grupos de Jovens do arciprestado e entre cada mistério foram entoados vários cânticos Marianos: “Tu és o sol”; “Eu te quero cantar”; “Maria de Nazaré”; “Desde toda a eternidade”; Maria Tu fixaste meus olhos”; “Quero ser como tu”; “Mãe dos Jovens”; “Maria da Esperança”; “Mãe do Amor”.
À entrada do Complexo Paroquial uma magnífica passadeira de pétalas de rosas e as colchas anunciavam o grande dia festivo que se estava a viver na nossa comunidade.
Chegada a Imagem à entrada do Complexo Paroquial, o andor foi transportado em mãos pelos Bombeiros Voluntários de Mangualde e as crianças procederam à largada de balões, oferta da Câmara Municipal de Mangualde.
Entre cânticos, Nossa Senhora foi colocada junto ao altar da Igreja Paroquial, a qual ficou completamente cheia, rezando-se então os dois últimos mistérios do terço. De seguida iniciou-se o primeiro momento de oração pelos jovens do arciprestado.
Durante todo o dia a Igreja Paroquial de Mangualde teve a presença de inúmeros fiéis que junto à imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima se recolhiam em oração.
Vários Grupos marcaram presença com orações e cânticos: Legião de Maria, Apostolado de Oração, Cursilhos de Cristandade, Lares e Centros de Dia, Movimento da Mensagem de Fátima, Fraternidade Nuno Álvares, Adoração Eucarística, Bênção dos Noivos do CPM, Oração das Famílias e às 19H00 a Serenata a Maria que contou com a presença de diversos Grupo a nível arciprestal que se inscreveram: Chãs de Tavares, Cunha Baixa, Lobelhe do Mato, Mangualde, Mourilhe/Mesquitela e Mangualde.
Seguiu-se a Eucaristia na Praça do Complexo Paroquial às 20h30 com a presença dos Párocos do Arciprestado e Diácono Permanente Manuel Vaz, presidida pelo Arcipreste.
O Rev. Pe. Nuno Azevedo, na homilia, salientou a importância da oração: “ sejamos cristãos sem vergonha, Nossa Senhora pediu rezai o terço, relançando o hábito da oração mariana do Rosário nas famílias…”, “Família que reza reunida permanece unida …”
Seguiu-se a Procissão de Velas com a presença de milhares de fiéis que seguiram Nossa Senhora pelas ruas da cidade, passando à frente dos Lares da cidade onde os idosos através das janela puderam saudar Nossa Senhora.
A grande multidão acompanhou até ao fim a Imagem Peregrina. No final das cerimónias o Rev. Pe. Nuno num gesto simbólico entregou a imagem ao Sr. Pe. Ermelindo Ramos, que no dia seguinte a iria receber em Penalva do Castelo.
Agradeceu a todos quantos colaboraram e prepararam esta grande manifestação de fé.
Seguiu-se a Consagração a Nossa Senhora e oferta de uma pagela com uma oração que marcou a passagem da Imagem Peregrina pela nossa cidade, da autoria do Rev. Cónego Jorge Seixas. |
HOMILIA DO DOMINGO DE PENTECOSTES
O Tempo Pascal encerra com a Solenidade do Pentecostes, recordando a descida do Espírito Santo sobre os Apóstolos e sobre todos os discípulos de Jesus, entre os quais estamos incluídos. O Espírito Santo é o próprio Deus em nós, é a força de Deus em nós. Por um lado, transforma cada um de nós interiormente, santificando-nos e dando-nos coragem, alegria e paz interior; por outro lado, envia-nos aos outros em serviço generoso e gratuito, em amor verdadeiro e ajuda. Neste dia, ressoa nos nossos ouvidos a profissão de fé: “Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida e procede do Pai e do Filho; e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado”. Foi Ele que falou pelos profetas. É Ele que conduz a Igreja à verdade e santifica todos os homens e mulheres que abrem os seus corações para dar pousada a este Hóspede divino.
No decorrer da história da humanidade e da história da salvação, o Espírito Santo esteve sempre presente. Basta consultar os textos sagrados do Antigo e do Novo Testamento. Desde a primeira página do livro do Génesis, temos referências ao Espírito de Deus. Na obra da criação, “pairava sobre as águas”. Foi Ele que alimentou a fé de Abraão, deixando a sua terra para ir para a terra que o Senhor lhe iria indicar. Foi Ele que encheu de força Sansão, de astúcia Judite. O Espírito Santo iluminou o profeta Isaías, anunciador de acontecimentos futuros e da Encarnação de Deus. Foi Ele que ungiu David como rei, que inspirou a Ezequiel a promessa de Deus tirar o nosso coração de pedra e de colocar um coração espiritual. Alguns episódios do Novo Testamento: o Espírito Santo ilumina e convence Maria de Nazaré a ser Mãe de Deus; conduz Jesus ao deserto para ser tentado; reveste os apóstolos de coragem para ir pelo mundo inteiro pregar o evangelho, testemunhando a fé com o seu sangue. Não teríamos mártires sem o Espírito Santo. Não haveria homens e mulheres que se consagraram a Cristo, sem o Espírito Santo. Não teríamos leigos comprometidos ao serviço da Igreja e da evangelização, sem o Espírito Santo. Portanto, o Espírito Santo é o protagonista da História da Igreja. Ele dirige os destinos da Igreja através de tantos séculos.
Neste dia de Pentecostes, professemos a nossa fé no Espírito Santo, que é o Espírito de Cristo: um espírito de justiça, de verdade, de santidade e de graça. É esta força divina que nos dá coragem para lutar contra o egoísmo, o erro, a mentira e o pecado. É este Espírito de Deus que todos os dias me aconselha, corrige, fortifica, entusiasma. É Ele que me ajuda a saber discernir o que é mais importante para a minha vida: dar amor, limpar as lágrimas aos nossos irmãos, rir com os que estão alegres. Resumindo: o Espírito Santo inspira os meus pensamentos, purifica o meu coração, fortalece a minha vontade e envia-me a pregar Cristo sem vergonha, mas com entusiasmo e alegria.
Que o Espírito Santo inspire sempre o que devo pensar, o que devo dizer, como devo dizer, o que devo calar, o que devo fazer para a glória de Deus e para a minha santificação. |
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