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Notícias da Igreja
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Jornal - Notícias da Igreja

A Eucaristia: o dom supremo

que Deus faz à Igreja

Um sinal convincente da eficácia que a catequese eucarística tem sobre os fiéis é seguramente o crescimento neles do sentido do mistério de Deus presente entre nós; evidenciadas nas específicas manifestações de reverência à Eucaristia, sinais de uma viva consciência de cada fiel se encontrar perante a infinita majestade de Deus “que chega até nós humildemente nos sinais sacramentais”. (Bento XVI, Sacramentum caritatis, 65 [= Sac. Caritatis])

Celebração eucarística e adoração estão intimamente implicadas, de tal forma que uma não é pensável sem a outra. Já Santo Agostinho o referira: «Nemo autem illam carnem manducat, nisi prius adoraverit; (...) peccemus non adorando – ninguém come esta carne, sem antes a adorar; (...) pecaríamos se não a adorássemos» (Enarrationes in Psalmos 98, 9). A adoração eucarística é o prolongamento visível da celebração eucarística, a qual, em si mesma, é o maior acto de adoração da Igreja: receber a Eucaristia significa colocar-se em atitude de adoração d’Aquele que comungamos. Precisamente assim, e apenas assim, é que nos tornamos um só com Ele e, de algum modo, saboreamos antecipadamente a beleza da liturgia celeste. O acto de adoração fora da Santa Missa prolonga e intensifica aquilo que se fez na própria celebração litúrgica. (Sac. Caritatis, 66)

Juntamente com a assembleia sinodal, recomendo, pois, vivamente aos pastores da Igreja e ao povo de Deus a prática da adoração eucarística tanto pessoal (este é o sentido primeiro das igrejas abertas), como comunitária. Para isso, será de grande proveito uma catequese específica na qual se explique aos fiéis a importância deste ato de culto que permite viver, mais profundamente e com maior fruto, a própria celebração litúrgica. Depois, na medida do possível e sobretudo nos centros mais populosos, será conveniente assinalar igrejas ou capelas que se possam reservar propositadamente para a adoração perpétua. Além disso, recomendo que na formação catequética, particularmente nos itinerários de preparação para a Primeira Comunhão, se iniciem as crianças no sentido e na beleza de demorar-se na companhia de Jesus, cultivando o enlevo pela sua presença na Eucaristia.

Desejo igualmente encorajar as associações de fiéis, nomeadamente as confrarias, que assumem esta prática como seu compromisso especial, tornando-se assim fermento de contemplação para toda a Igreja e apelo à centralidade de Cristo na vida dos indivíduos e da comunidade (Sac. Caritatis, 67).

O relacionamento pessoal que cada fiel estabelece com Jesus, presente na Eucaristia, recondu-lo sempre ao conjunto da comunhão eclesial, alimentando nele a consciência da sua pertença ao corpo de Cristo. Por isso, além de convidar cada um dos fiéis a encontrar pessoalmente tempo para se demorar em oração diante do sacramento do altar, sinto o dever de convidar as próprias paróquias e demais grupos eclesiais a promoverem momentos de adoração comunitária. Obviamente, conservam todo o seu valor as formas já existentes de devoção eucarística. Penso, por exemplo, nas procissões eucarísticas, sobretudo a tradicional procissão na solenidade do Corpo de Deus, na devoção das Quarenta Horas, nos congressos eucarísticos locais, nacionais e internacionais, e noutras iniciativas análogas. Devidamente actualizadas e adaptadas às diversas circunstâncias, tais formas de devoção merecem ser cultivadas ainda hoje (Sac. Caritatis, 68).

Uma correta localização do tabernáculo (sacrário) ajuda a reconhecer a presença real de Cristo no Santíssimo Sacramento. É necessário, pois que o lugar onde são conservadas as espécies eucarísticas seja fácil de identificar por qualquer pessoa que entre na igreja, graças nomeadamente à lâmpada do Santíssimo perenemente acesa.

(Segundo o costume tradicional, junto do sacrário deve estar continuamente acesa uma lâmpada especial, alimentada com azeite ou cera, com que se indique e honre a presença de Cristo [IGMR, 316]).

Nas novas igrejas, bom seria predispor a capela do Santíssimo nas proximidades do presbitério; onde isso não for possível, é preferível colocar o sacrário no presbitério, em lugar suficientemente elevado, de modo bem visível. Tudo se faça para conferir dignidade ao sacrário que deve sempre ser cuidado também sob o aspecto artístico (Sac. Caritatis, 69).

 
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Jornal - Notícias da Igreja

EPIFANIA DO SENHOR

(DIA DOS REIS MAGOS)

Celebramos uma dimensão constitutiva do mistério do Deus Connosco: a “manifestação” (epifania) de Cristo como irmão e salvador de todos os povos.

A narração dos magos, de forte carácter simbólico e catequético, tem esta mensagem: Deus ama todos os povos e o amor manifesta-se em Cristo como Luz e Salvação de todos, não só para os judeus mas também para os pagãos, representados nos magos. Procuremos compreender o que isto significa: todos os povos, do Ocidente, do Oriente e da África, os que há séculos habitavam a América, os povos que viveram há milhares de anos e cujas culturas estudamos, as civilizações humanas de todos os tempos… Deus, por Cristo, convida-nos à fé e à vida, a uma vida de amor, de paz, de esperança, à comunhão com ele. A revelação do mistério: “os gentios recebem a mesma herança que os judeus, pertencem ao mesmo corpo e participam da mesma promessa, em Cristo Jesus, por meio do Evangelho”. Todos os povos são convidados a viver o espírito evangélico; é o tema da “inculturação da fé” que tem dois aspectos a ter em conta. O primeiro é a necessária compreensão e experiência da fé em cada cultura humana. Não é cristão que o evangelho apareça como pertença de uma cultura ou de uma tradição. O “sermão da montanha”, as parábolas do bom samaritano ou do filho pródigo, a cruz e a ressurreição de Jesus são luz para todos e podem integrar-se em cada cultura humana. O segundo aspecto é o seguinte: todos os povos e todas as culturas acolhendo a luz que é Cristo, corrigirão tudo aquilo que há de trevas. Inculturar não significa baptizar tudo. Quando o Evangelho entra na cultura africana, ou na oriental, ou na nossa cultura ocidental, encontra muitas coisas que têm de ser purificadas. A Epifania do Senhor – Deus manifesta Cristo como Luz de todos os povos – expressa a maneira cristã de entender a raiz e o caminho da igualdade e da fraternidade dos povos.

A mensagem evangélica acolhe-se na fé. O processo da fé está descrito na narração dos magos. 1) A Procura. “Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer?”. “Procurai e encontrareis” (Mt 7,7). Jesus convida muitas vezes a esta busca: “Procurai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça…” (Mt 6,33). Quem vive tranquilo e satisfeito engana-se. A nossa vida está cheia de desafios: a relação entre os esposos, a maneira de ser de um filho, a questão dos imigrantes, a atitude perante os marginalizados, a situação do Terceiro Mundo, a nossa sociedade secularizada… Há que duvidar das nossas espontaneidades e buscar a verdadeira maneira cristã de pensar e de agir. Ou seja, trata-se de buscar sempre o Espírito do Senhor, permanecer sempre na procura constante de Deus e abertos à surpresa. Hoje há muita gente marcada pelo desalento, muitos espíritos nobres que perante os acontecimentos políticos, sociais e eclesiais vivem uma convicção amarga: não vale a pena procurar, nunca encontraremos nada que nos dê segurança. Todavia, a mensagem cristã quer superar esta decepção. Os magos encarnam a atitude adequada: deixam o seu país porque viram uma luz e vivem na certeza e na segurança da meta. Quem viu a luz da justiça, da paz, do amor, procura sempre e sabe que esta busca não o levará às trevas. O amor e a confiança em Deus valem sempre. Deus está sempre no horizonte de toda a busca nobre. Quem procura, encontra. 2) A Alegria. “Ao ver a estrela, sentiram grande alegria”. Esta frase explica a experiência dos primeiros cristãos e os de todos os tempos. A fé tem muito de júbilo proveniente da luz. Acreditar é ler as bem-aventuranças, ou a parábola do filho pródigo, ou as palavras de Jesus à pecadora e dizer: “Nunca nenhum homem falou assim” (Jo 7,46); é colocar-se diante da cruz de Jesus e da sua ressurreição e dizer: “Muito bem, Mestre, tens razão” (Mc 12,32). É difícil gerir de maneira adequada os problemas sociais ou familiares, mas a íntima segurança da luz não se apaga com qualquer problema. 3) O Oferecimento da Vida. “Prostrando-se diante d’ Ele, adoraram-n’O”. O caminho da busca termina na doação pessoal à luz, ao amor. É a fé. Acolher o mistério de Jesus é entrar em comunhão com o seu Espírito e viver desprendido de tudo, perdoando, amando, promovendo a justiça e a paz. Assim, toda a nossa vida se entrega a Cristo, oferta a Deus Pai. “Olhai com bondade, Senhor, para os dons da vossa Igreja, que não Vos oferece ouro, incenso e mirra, mas Aquele que por estes dons é manifestado, imolado e oferecido em alimento (Jesus Cristo)”.

 
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Jornal - Notícias da Igreja

Papa desejou Natal de «justiça»

e pede casa para todas as famílias

Francisco convida católicos a imitar São José para aceitar projeto de Deus. O Papa Francisco deixou votos de um Natal de “justiça” para todos, numa intervenção em que pediu que todas as famílias possam ter a sua casa.

“Desejo a todos um bom domingo e um Natal de esperança, de justiça e de fraternidade”, disse, perante dezenas de milhares de pessoas reunidas para a oração do ângelus, no último domingo do tempo litúrgico do Advento.

Após a oração, o Papa comentou uma das faixas que se podiam ler na Praça de São Pedro: “Os pobres não podem esperar”.

“É bonito, isso faz-me pensar que Jesus nasceu num estábulo, não numa casa: depois, teve de fugir, rumo ao Egito, para salvar a vida. No fim, regressou à sua casa, em Nazaré e eu penso que também hoje há tantas famílias sem casa, seja porque nunca a tiveram, seja porque a perderam”, declarou.

Francisco referiu que é “muito difícil” manter a vida familiar “sem morar numa casa”.

“Nestes dias de Natal, convido todos, pessoas, organizações sociais, autoridades, a fazer todos os possíveis para que todas as famílias possam ter uma casa”, apelou, numa passagem saudada pelos presentes com uma salva de palmas.

A catequese dominical partiu da figura de São José, esposo de Maria, que o Papa apresentou como um exemplo de “homem bom” que “não odiava e não deixou que o rancor lhe envenenasse a alma”.

Francisco recordou que, segundo os relatos evangélicos, José ficou “desconcertado” ao ter conhecimento da gravidez de Maria, antes do seu casamento, e que mesmo nessa situação “procurou fazer a vontade de Deus, pronto para a renúncia mais radical”, num “drama interior”.

Diante da decisão de “renunciar à coisa mais preciosa, à pessoa mais amada”, José descobre um caminho diferente, “de amor e de felicidade”.

“Este Evangelho mostra-nos toda a grandeza de alma de São José. Ele seguia um bom projeto de vida, mas Deus reservava-lhe um outro desígnio, uma missão maior”, precisou Francisco.

São José, acrescentou, soube ouvir as “mensagens que lhe chegavam do fundo do coração e do alto”, sem deixar que “o rancor lhe envenenasse a alma”.

“Assim tornou-se mais livre e maior”, declarou, e descobriu-se “para lá de si mesmo”.

“Disponhamo-nos então a celebrar o Natal, contemplando Maria e José: Maria, a mulher cheia de graça, que teve a coragem de se confiar totalmente à Palavra de Deus; José, o homem fiel e justo, que preferiu acreditar no Senhor em vez de ouvir as vozes da dúvida e do orgulho humano”, concluiu.

Após a catequese, o Papa dirigiu-se aos católicos italianos que hoje se reuniram para “manifestar o seu compromisso social”, pedindo-lhes um “contributo construtivo, recusando as tentações do confronto, da violência, procurando sempre a via do diálogo” para defender os direitos das pessoas.

Francisco vai presidir à tradicional Missa do Galo, esta terça-feira, a partir das 21h30 (menos uma em Lisboa), que este ano será concelebrada não só por cardeais mas também por todos os bispos e sacerdotes que manifestem essa vontade ao Departamento das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice.

 
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Jornal - Notícias da Igreja

A LUZ DA FÉ – ENCÍCLICA DO PAPA FRANCISCO

A plenitude da fé cristã

 

15. « Abraão (...) exultou pensando em ver o meu dia; viu-o e ficou feliz » (Jo 8, 56). De acordo com estas palavras de Jesus, a fé de Abraão estava orientada para Ele, de certo modo era visão antecipada do seu mistério. Assim o entende Santo Agostinho, quando afirma que os Patriarcas se salvaram pela fé; não fé em Cristo já chegado, mas fé em Cristo que havia de vir. A fé cristã está centrada em Cristo; é confissão de que Jesus é o Senhor e que Deus O ressuscitou de entre os mortos (cf. Rm 10, 9). Todas as linhas do Antigo Testamento se concentram em Cristo: Ele torna-Se o « sim » definitivo a todas as promessas, fundamento último do nosso « Amen » a Deus (cf. 2 Cor 1, 20). A história de Jesus é a manifestação plena da fiabilidade de Deus. Se Israel recordava os grandes actos de amor de Deus, que formavam o centro da sua confissão e abriam o horizonte da sua fé, agora a vida de Jesus aparece como o lugar da intervenção definitiva de Deus, a suprema manifestação do seu amor por nós. A palavra que Deus nos dirige em Jesus já não é uma entre muitas outras, mas a sua Palavra eterna (cf. Heb 1, 1-2). Não há nenhuma garantia maior que Deus possa dar para nos certificar do seu amor, como nos lembra São Paulo (cf. Rm 8, 31-39). Portanto, a fé cristã é fé no Amor pleno, no seu poder eficaz, na sua capacidade de transformar o mundo e iluminar o tempo. « Nós conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos nele » (1 Jo 4, 16). A fé identifica, no amor de Deus manifestado em Jesus, o fundamento sobre o qual assenta a realidade e o seu destino último.

16. A maior prova da fiabilidade do amor de Cristo encontra-se na sua morte pelo homem. Se dar a vida pelos amigos é a maior prova de amor (cf. Jo 15, 13), Jesus ofereceu a sua vida por todos, mesmo por aqueles que eram inimigos, para transformar o coração. É por isso que os evangelistas situam, na hora da Cruz, o momento culminante do olhar de fé: naquela hora resplandece o amor divino em toda a sua sublimidade e amplitude. São João colocará aqui o seu testemunho solene, quando, juntamente com a Mãe de Jesus, contemplou Aquele que trespassaram (cf. Jo 19, 37): « Aquele que viu estas coisas é que dá testemunho delas e o seu testemunho é verdadeiro. E ele bem sabe que diz a verdade, para vós crerdes também » (Jo 19, 35). Na sua obra O Idiota, Fiódor Mikhailovich Dostoiévski faz o protagonista — o príncipe Myskin — dizer, à vista do quadro de Cristo morto no sepulcro, pintado por Hans Holbein o Jovem: « Aquele quadro poderia mesmo fazer perder a fé a alguém; de facto, o quadro representa, de forma muito crua, os efeitos destruidores da morte no corpo de Cristo. E todavia é precisamente na contemplação da morte de Jesus que a fé se reforça e recebe uma luz fulgurante, é quando ela se revela como fé no seu amor inabalável por nós, que é capaz de penetrar na morte para nos salvar. Neste amor que não se subtraiu à morte para manifestar quanto me ama, é possível crer; a sua totalidade vence toda e qualquer suspeita e permite confiar-nos plenamente a Cristo.

 
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Jornal - Notícias da Igreja

A LUZ DA FÉ – ENCÍCLICA DO PAPA FRANCISCO

A plenitude da fé cristã

 

15. « Abraão (...) exultou pensando em ver o meu dia; viu-o e ficou feliz » (Jo 8, 56). De acordo com estas palavras de Jesus, a fé de Abraão estava orientada para Ele, de certo modo era visão antecipada do seu mistério. Assim o entende Santo Agostinho, quando afirma que os Patriarcas se salvaram pela fé; não fé em Cristo já chegado, mas fé em Cristo que havia de vir. A fé cristã está centrada em Cristo; é confissão de que Jesus é o Senhor e que Deus O ressuscitou de entre os mortos (cf. Rm 10, 9). Todas as linhas do Antigo Testamento se concentram em Cristo: Ele torna-Se o « sim » definitivo a todas as promessas, fundamento último do nosso « Amen » a Deus (cf. 2 Cor 1, 20). A história de Jesus é a manifestação plena da fiabilidade de Deus. Se Israel recordava os grandes actos de amor de Deus, que formavam o centro da sua confissão e abriam o horizonte da sua fé, agora a vida de Jesus aparece como o lugar da intervenção definitiva de Deus, a suprema manifestação do seu amor por nós. A palavra que Deus nos dirige em Jesus já não é uma entre muitas outras, mas a sua Palavra eterna (cf. Heb 1, 1-2). Não há nenhuma garantia maior que Deus possa dar para nos certificar do seu amor, como nos lembra São Paulo (cf. Rm 8, 31-39). Portanto, a fé cristã é fé no Amor pleno, no seu poder eficaz, na sua capacidade de transformar o mundo e iluminar o tempo. « Nós conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos nele » (1 Jo 4, 16). A fé identifica, no amor de Deus manifestado em Jesus, o fundamento sobre o qual assenta a realidade e o seu destino último.

16. A maior prova da fiabilidade do amor de Cristo encontra-se na sua morte pelo homem. Se dar a vida pelos amigos é a maior prova de amor (cf. Jo 15, 13), Jesus ofereceu a sua vida por todos, mesmo por aqueles que eram inimigos, para transformar o coração. É por isso que os evangelistas situam, na hora da Cruz, o momento culminante do olhar de fé: naquela hora resplandece o amor divino em toda a sua sublimidade e amplitude. São João colocará aqui o seu testemunho solene, quando, juntamente com a Mãe de Jesus, contemplou Aquele que trespassaram (cf. Jo 19, 37): « Aquele que viu estas coisas é que dá testemunho delas e o seu testemunho é verdadeiro. E ele bem sabe que diz a verdade, para vós crerdes também » (Jo 19, 35). Na sua obra O Idiota, Fiódor Mikhailovich Dostoiévski faz o protagonista — o príncipe Myskin — dizer, à vista do quadro de Cristo morto no sepulcro, pintado por Hans Holbein o Jovem: « Aquele quadro poderia mesmo fazer perder a fé a alguém; de facto, o quadro representa, de forma muito crua, os efeitos destruidores da morte no corpo de Cristo. E todavia é precisamente na contemplação da morte de Jesus que a fé se reforça e recebe uma luz fulgurante, é quando ela se revela como fé no seu amor inabalável por nós, que é capaz de penetrar na morte para nos salvar. Neste amor que não se subtraiu à morte para manifestar quanto me ama, é possível crer; a sua totalidade vence toda e qualquer suspeita e permite confiar-nos plenamente a Cristo.

 
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