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HOMILIA

DA FESTA DE NOSSA SENHORA DO CASTELO – 2015

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Hoje, unindo-nos à Igreja Universal, celebramos com grande alegria, gratidão e piedade mariana, a festa do Nascimento da Virgem Santa Maria, aqui invocada como Nossa Senhora do Castelo. Tem, no cimo deste monte, uma igreja que lhe é dedicada. Daqui a Senhora do Castelo inclina-se sobre as terras de Azurara, num gesto de bênção materna para com o bom povo que a invoca nas suas dificuldades e lhe dedica um verdadeiro e profundo amor filial. Todos os anos, no dia 8 de Setembro, muitos caminhos vêm dar ao monte da Senhora do Castelo! Congregando pessoas de várias localidades, hoje, aqui, se reúnem e veneram esta Senhora Menina e Menina Senhora na sua bela e imponente imagem. Esta festa é uma referência importante para os filhos desta terra e um espaço privilegiado para celebrarmos as maravilhas, que Deus realizou em Maria de Nazaré, a jovem escolhida para ser a Mãe do Seu próprio Filho. São muitos aqueles que, com lágrimas nos olhos, ao longo do ano, passam, por aqui, subindo a escadaria e ajoelhando junto da Santa Mãe de Deus, implorando as suas bênçãos e graças. E são muitos os que aqui tornam, agradecidos, sempre que a vida o proporciona. 

As leituras bíblicas, que foram proclamadas, revelam que Deus é o Senhor da história e também da paciência. Ele caminha connosco: por isso, o cristão é chamado a não ter medo das coisas grandes e a prestar atenção também às coisas pequenas. Quando lemos no Génesis a narração sobre a criação corremos o risco de pensar que Deus foi um mago com a varinha mágica capaz de fazer todas as coisas. Mas não foi assim. Deus fez as coisas e deixou que fossem em frente com as leis internas que ele deu a cada um, para que se desenvolvessem, para que chegassem à plenitude. Portanto, o Senhor deu autonomia às coisas do universo, mas não independência. E assim a criação foi em frente durante séculos e séculos, até quando chegou à forma como é hoje. Precisamente porque Deus não é mago, é criador.

Todavia, no que diz respeito ao homem e à mulher o discurso muda. Quando no sexto dia daquela narração chega a criação do homem, Deus concede outra autonomia, um pouco diferente, mas não independente: uma autonomia que é a liberdade. E diz ao homem para ir em frente na história: torna-o o responsável da criação para que a leve em frente e chegue deste modo à plenitude dos tempos. A plenitude dos tempos é o que ele tinha no coração: a chegada do seu Filho.

Como nos diz o texto da Carta de São Paulo aos Romanos, Deus predestinou-nos, para sermos conformes com a imagem do Filho. E este é o caminho da humanidade, é o caminho do homem: Deus queria que nós fossemos como o seu Filho e que o seu Filho fosse como nós. Assim a história progrediu, como é evidenciado também pelo texto do Evangelho de Mateus, que apresenta a genealogia de Jesus: Este gerou aquele; este gerou aquele, e assim por diante... Mas é o decorrer da história. E nesta lista há santos e também pecadores; mas a história avança porque Deus quis que os homens fossem livres. Todavia, no dia em que o homem usou mal a sua liberdade, Deus expulsou-o do paraíso. A Bíblia diz-nos que ele fez uma promessa e o homem saiu do paraíso com esperança: pecador, mas com esperança. Esta lista da história contém os problemas, as guerras, as inimizades, os pecados, mas também a esperança. Os homens e as mulheres não percorrem sozinhos o seu caminho: Deus caminha com eles. Porque Deus fez uma opção: fez a opção para o tempo, não para o momento. É o Deus do tempo, é o Deus da história, é o Deus que caminha com os seus filhos até à plenitude dos tempos, ou seja, quando o seu Filho se fizer homem.

Eis então que esta narração um pouco repetitiva tem em si esta riqueza: Deus caminha com os justos e os pecadores. E se o cristão se reconhecer pecador, sabe que Deus caminha também com ele, com todos, para chegar ao encontro definitivo do homem com ele. Aliás, o Evangelho, que há séculos narra esta história, termina em algo pequeno, uma pequena aldeia, com a história de José e Maria: ela ficou grávida por obra do Espírito Santo. Por isso, o Deus da grande história está também na pequena história, ali, porque quer caminhar com todos. São Tomás de Aquino tem uma frase tão bonita que vem a propósito. Diz assim: “Não ter medo das coisas grandes, mas também ter em conta as pequenas, também isto é divino”. Porque Deus está nas coisas grandes, mas também nas coisas pequeninas, nas nossas coisas pequeninas. Além disso, este Deus é também o Senhor da paciência: a paciência que teve com todas as gerações, com todas as pessoas que viveram a sua história de graça e de pecado. Deus é paciente, Deus caminha connosco, porque quer que todos se conformem com a imagem do seu Filho.

Hoje estamos na antecâmara desta história: o nascimento de Nossa Senhora. E por isso ao Senhor pedimos que nos dê unidade para caminhar juntos e paz no coração. É a graça de hoje: assim chegamos aqui, porque o nosso Deus é paciente, ama-nos e acompanha-nos. Por isso, hoje, podemos olhar para Nossa Senhora, pequena, santa, sem pecado, pura, escolhida para se tornar a mãe de Deus, e também olhar para esta história passada, tão longa, de séculos. Cada um de nós pense um pouco: Como caminho eu na minha história? Deixo que Deus caminhe comigo ou quero caminhar sozinho? Deixo que ele me acaricie, me ajude, me perdoe, me leve em frente para chegar ao encontro com Jesus Cristo? Porque precisamente este será o fim do nosso caminho: encontrar-nos com o Senhor. Mas há uma pergunta à qual hoje nos fará bem responder: Deixo que Deus tenha paciência comigo? Só olhando para esta história grande e também para esta pequena aldeia, que é a vida de cada um, podemos louvar o Senhor e pedir humildemente que nos conceda a paz, aquela paz do coração que somente ele nos pode dar, que nos concede se deixarmos que ele caminhe connosco.

Em Maria, Senhora Menina e Menina Senhora, encontramos um belo exemplo para viver uma fé comprometida e dinâmica no tecido social do nosso tempo. A Igreja abraça todos os sofrimentos e preocupações humanas e reconhece em Maria o exemplo singular para uma verdadeira cultura de solidariedade e de encontro. Na crise económica e financeira, que ainda nos afeta, com as suas inevitáveis consequências sociais e psicológicas, a mensagem evangélica devolve-nos a alegria da fé e a consciência da presença viva de Deus no “hoje” da história.

Irmãos, hoje subimos a este monte na companhia de Nossa Senhora: deixemo-nos contagiar pela alegria, bondade e espírito de serviço da nossa Mãe! Maria é para nós um perfeito modelo de fé, obediência e amor; ela é a mais fiel discípula de Cristo. Na escola de Maria aprendemos que a verdadeira beleza nasce de um coração puro, disponível, aberto à plenitude da Vida em Deus. Nos nossos dias, com tantas solicitações e propostas no domínio dos bens materiais, não é fácil manter viva esta atitude de abertura aos valores espirituais e sobrenaturais, não é fácil assumir os valores da fé: esquecem-se, muitas vezes, os mais altos ideais do Evangelho, que é, para os cristãos, a fonte da autêntica sabedoria que liberta e salva. Ninguém duvida de que a nossa sociedade está carente de valores. Impõe-se, por isso, cada vez mais, como necessidade prioritária, uma ação convergente dos diversos responsáveis desta sociedade num projeto humanista comum. Atento e preocupado com os problemas humanos e sociais de tanta gente, o Papa Francisco tem vindo a exortar toda a Igreja, nas suas múltiplas instituições, a visitar as periferias existenciais do nosso mundo, a socorrer as novas pobrezas materiais e espirituais e a encarar o problema atual das migrações, daqueles que fogem das suas terras para a Europa.

Os judeus antigos tinham consciência clara que viviam numa terra que não lhes pertencia, que era propriedade de Deus cedida gratuitamente ao povo. Por isso, sentia-se também ele como que sempre estrangeiro e com o coração mais desperto para amar o migrante: a estes se concediam os mesmos cuidados e atenções que aos órfãos e às viúvas, os mais pobres dos pobres. É desta consciência que, hoje, o nosso mundo necessita. Chega de muros de cimento armado e de mentalidades que se isolam e se fecham ao exterior! Basta de cimeiras para descortinar formas de impedir que os povos da fome se aproximem da nossa casa, apenas para apanharem as migalhas que caem da nossa mesa! Não mais o travar caminho aos que fogem à carnificina horrorosa e bárbara dos que matam em nome de uma fé! Deixe-se de invocar falta de recursos para se continuar a fazer do Mar Mediterrâneo a “vala comum” onde se sepultam tantos homens, mulheres e crianças! Considere-se o racismo como crime contra Deus e contra a humanidade! Arranjem-se formas de vedar definitivamente a possibilidade de se viver à base do sangue sugado ao trabalhador escravizado, como tantas vezes as notícias nos referem! Como é horrível ver a fotografia de uma criança morta com a cabeça a ser lavada pelas ondas do mar Egeu. Esta imagem revela a realidade de dois botes com refugiados sírios que falharam uma curta viagem. Um deles carregava 17 pessoas, o outro seis. Entre estes, uma mãe com os seus três filhos. Este é um deles, três anos. Morreram 12 pessoas. A imagem desta criança por detrás da longínqua realidade que está a ser discutida, pausadamente, nos gabinetes alcatifados da liderança europeia ainda demasiado pouco consensual, saltou para o mundo. E carregou a expressão violentíssima de significado: “o naufrágio da humanidade". Sei bem que estas questões não são de fácil solução nem esta passa por se abrirem as fronteiras de forma indiscriminada. Devemos acolher e dar apoio a todos, mas não esqueçamos aqueles que estão no nosso País, à nossa volta, a passar fome, sem casa, sem emprego, sem dinheiro para comprar os livros para os seus filhos, também numa situação de desespero e de querer fugir à miséria.

Irmãos, a imagem de Nossa Senhora do Castelo constitui para nós um verdadeiro memorial de graças concedidas ao longo dos tempos, um testemunho do acolhimento maternal de Maria às súplicas, alegrias, esperanças e sofrimentos das gentes das terras de Azurara, residentes e emigrantes. A história da nossa terra está repleta de manifestações da piedade e devoção do povo, está repassada da proteção e bênçãos de Maria-Mãe. Podemos assim afirmar que no coração da Mãe está o coração das terras de Azurara. A alegria da festa de hoje, o arraial e o convívio partilhado entre todos, nestes dias, constituem bela manifestação dos profundos sentimentos da fé de tanta gente.

E, por fim, irmãos, uma prece muito especial à Nossa Senhora do Castelo, por todos os nossos queridos: Senhora do Castelo olhai para esta terra que é vossa; olhai para os emigrantes que aqui estão e estiveram nestes dias; abençoai e protegei todas as famílias, na sua união e fidelidade; abençoai e protegei as crianças e os jovens, os idosos, os doentes, os pobres, os desempregados, todos os que perderam a coragem de sonhar e de acreditar em Deus e nos homens. Que não nos falte a saúde, a paz e a concórdia, o trabalho e a prosperidade, o ânimo e a alegria da fé e da esperança para a vida de cada dia. Nossa Senhora do Castelo rogai por nós! 

 
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HOMILIA DO 23º DOMINGO COMUM (ANO B)

 

Quando olhamos à nossa volta, quando ouvimos as notícias e algumas coisas que vão acontecendo às pessoas que nos rodeiam, parece difícil acreditar num Deus que nos liberta dos nossos sofrimentos, das nossas doenças e dos nossos problemas. Parece que estamos muito distantes do que a primeira leitura do profeta Isaías nos diz: anuncia-nos um mundo onde ninguém sofre, um mundo sem privações, um mundo onde está o Reino de Deus que nos é anunciado, um mundo onde Deus “dá pão aos que têm fome e a liberdade aos cativos, levanta os abatidos, ama os justos, protege os peregrinos, ampara o órfão e a viúva e entrava o caminho aos pecadores”. Bem sabemos que Deus não nos tira os problemas, mas dá-nos ajuda, força e coragem para continuar a nossa vida. Em primeiro lugar, neste domingo somos convidados a abrir os olhos para darmos conta que na nossa vida temos tantas coisas para dar graças a Deus e que, tantas vezes, passam despercebidas. Em segundo lugar, somos convidados a partilhar o que temos; a partilhar também a fé em Deus salvador.

Jesus aproximou-se de um surdo-mudo, como se aproximou dos pobres, dos leprosos e dos paralíticos. Estendendo a mão, levanta-os, cura-os, enriquecendo-os de esperança e de fé. Jesus não só toca as pessoas com as suas palavras, mas também com os seus gestos, com a sua humanidade. Tocou o surdo-mudo, “meteu-lhe os dedos nos ouvidos e com saliva tocou-lhe a língua”. Jesus levantou os olhos ao Céu, suspirou e disse-lhe: “Abre-te”. Imediatamente este homem começou a ouvir e a falar corretamente. Perante este relato, damos conta que Deus, por Jesus Cristo, não se aproxima de nós somente com a sua Palavra, mas também toca-nos. Deus aproxima-se de nós através das mãos de Cristo e, assim, cura-nos. Os dedos de Jesus, que tocaram o surdo-mudo, não só abriram os seus ouvidos aos sons, mas também à Palavra de Deus.

Este surdo-mudo é a imagem de uma humanidade fechada à voz de Deus e incapaz de louvar o Senhor. Hoje, muitos homens e mulheres estão surdos, porque não ouvem a voz de Deus que lhes fala através da Bíblia, dos sacramentos, da voz da Igreja, do clamor dos pobres. Não conseguem escutar ou não querem escutar o grito de Jesus: “Abre-te”, porque são escravos das vozes das paixões, dos vícios, da mentira e da corrupção. Para esta humanidade fechada, não há cura? É evidente que sim.

Hoje, Jesus cura a humanidade, através da Igreja. Durante dois mil anos, a missão da Igreja consiste não somente pregar a Palavra e perdoar os pecados, mas também curar os doentes, atender os pobres, idosos e esquecidos. Esta missão não é só dos bispos, sacerdotes e religiosos, mas de todos os que são batizados. Para que tal aconteça, também hoje Jesus quer curar-nos, porque, muitas vezes, andamos com os ouvidos tapados e os lábios fechados.

A cada um de nós, Jesus diz: “Abre-te”: tenhamos a coragem de nos abrir à Palavra de Deus e de a transmitir aos nossos irmãos. “Abre-te”: tenhamos a coragem de ter um olhar de misericórdia sobre as pessoas, e não um olhar malicioso. “Abre-te”: tenhamos a coragem de ter uma boca de discípulo, donde saiam palavras que confortam e não palavras de desânimo. “Abre-te”: tenhamos a coragem de ter um coração, não para guardar ódio, mas para amar e para perdoar.

 
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Centro de Dia - Actividades

Atelier de Culinária

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Os idosos tiveram uma tarde diferente com o atelier de culinária, que contou com a colaboração do pasteleiro do Patronato, Sr. António Santos.

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Este atelier é mais uma ocupação dos tempos livres dos nossos utentes, esta actividade será desenvolvida mais vezes e visa a partilha de conhecimentos, manutenção e melhoria das capacidades cognitivas, melhoria da qualidade de vida e da autonomia.

O objectivo deste ateliê é o de partilhar conhecimentos de receitas, a confecção de diferentes produtos, estimulando a motricidade fina. Esta actividade será desenvolvida através de : Criação de um livro de receitas, (uma vez por mês é feito o levantamento de uma receita), execução de compotas e doces, confecção de bolinhos secos, biscoitos e bolos, confecção de sumos e batidos naturais entre outras receitas.

 
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HOMILIA DO 22º DOMINGO COMUM (ANO B)

Eis a questão: somos religiosos, homens e mulheres de fé, ou ritualistas? A nossa relação com Deus não consiste em coisas e gestos exteriores, como acreditavam os fariseus, os quais Cristo trata com tanta dureza no texto do evangelho. Através de práticas exteriores, os fariseus esqueceram-se da fidelidade ao Senhor e ficaram pelo ritualismo, ou seja, pelo cumprimento de ações e tradições.

A verdadeira religião não é só dos lábios para fora. Jesus recorda a afirmação do profeta Isaías: “Este povo honra-Me com lábios, mas o seu coração está longe de Mim. É vão o culto que Me prestam, e as doutrinas que ensinam não passam de preceitos humanos”. Muitas vezes, substituímos a verdadeira religião por ritos, costumes, piedades e tradições: vamos à missa, batizamos as nossas crianças, fazemos a festa da primeira comunhão dos filhos, casamos pela Igreja, pedimos um funeral cristão para os nossos familiares e ficamos por aqui. Somente isto não basta. Cristo não desprezou as normas de vida dos judeus. Ele disse que não tinha vindo para abolir a lei, mas para dar cumprimento e levá-la à perfeição. Jesus pede-nos que não nos conformemos com a aparência exterior. Ele condena o legalismo formalista, sem alma, sem sensibilidade, sem caridade, que escraviza mais do que liberta.

O mais importante é a fé em Jesus, morto e ressuscitado, glorificado pelo Pai. A fé é a atitude transcendental do coração do homem, para quem Jesus é tudo, como a sua escala de valores e princípios e as suas esperanças eternas. A atitude transcendental é a obediência a Deus, ou seja, seguir os princípios de uma reta consciência e bem formada e o serviço desinteressado ao próximo. Assim, a fé é a atitude transcendental do coração como estilo de vida: sem esta fé, não faremos uma experiência de encontro com Deus na celebração dos sacramentos e de alguns exercícios de piedade. Resumindo, é vontade de Deus que cada um de nós seja homem e mulher que acredita e não somente que pratica. É necessário colocar alma, espírito, coração e vida na celebração e na vivência da nossa fé.

Alguns exemplos para pensar: algumas festas de primeira comunhão são tão faustosas, sendo um escândalo económico, social e religioso; algumas celebrações de matrimónio são tão “sem sabor”; algumas procissões e peregrinações parecem mais uma feira. Será isto agradável a Deus? Perante estas situações, o que diria Jesus? Agora entendemos o facto de Jesus ter sido tão duro com os fariseus ritualistas que se preocupavam somente com as práticas exteriores e esqueciam-se da fé em Deus. Por isso, Jesus, entre o homem e o sábado, preferiu o homem.

É de fixar as palavras de Jesus: “não há nada fora do homem que o torna impuro; porque do interior do homem é que saem as más intenções: imoralidades, roubos, assassínios, adultérios, cobiças, injustiças, fraudes, devassidão, inveja, difamação, orgulho, insensatez. Todos estes vícios saem do interior do homem e são eles que o tornam impuro”.

É importante refletir: como sou eu? Religioso ou ritualista? Crente ou só cumpridor? Cumpro a vontade de Deus e estou ao serviço do próximo? Fujamos do farisaísmo e do ritualismo sem fé e sem alma. Foram os “praticantes” que levaram Cristo à cruz e o crucificaram.

A principal regra moral do cristão é discernir o que lhe diz a sua consciência e, em seguida, agir em conformidade, ser coerente, traduzir em atos o que lhe vai na alma e no coração.

 
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HOMILIA DO 21º DOMINGO COMUM (ANO B)

Neste domingo, terminamos a nossa reflexão do capítulo seis do evangelho de S. João, sobre o pão da vida, ou seja, do discurso eucarístico de Jesus. O texto evangélico narra-nos as reações de algumas pessoas ao ouviram as palavras de Jesus: “Eu sou o pão vivo descido do Céu; Eu sou o pão da vida; quem come a minha carne e bebe o meu sangue, permanece em Mim e Eu nele e viverá eternamente”. Muitos discípulos, ao ouvirem isto, disseram: “Estas palavras são duras. Quem pode escutá-las?”. Uma situação idêntica encontramos, na primeira leitura, quando Josué, antes de entrar na terra prometida, reuniu todas as tribos de Israel e disse: “escolhei hoje a quem quereis servir: o Senhor ou os deuses falsos?”.

Na primeira leitura, é evidente que é necessário fazer uma opção: escolher quem? O Senhor, Deus Único e Verdadeiro, ou os deuses estrangeiros? Os deuses estrangeiros exigem menos, são mais cómodos, nada proíbem, não dão princípios para vida como “honrar pai e mãe, não matar, não roubar, não cometer adultério, não levantar falsos testemunhos, não cobiçar as coisas alheias”. A Lei de Deus, dada ao Povo no Sinai, é mais exigente do que as normas superficiais dos deuses dos povos vizinhos. Josué, sucessor de Moisés, convocou todos para uma assembleia solene para renovar a Aliança do Sinai, já um pouco esquecida. E coloca-os perante um dilema: quem quereis servir: o Senhor Deus que os libertou da escravidão do Egito ou os deuses que irão encontrar nos povos vizinhos e que são mais tolerantes? Josué tomou esta iniciativa, porque alguns membros do Povo de Israel já estavam a prestar culto aos deuses daquela região e dos povos que ali habitavam. Mas o povo respondeu: “Longe de nós abandonar o Senhor para servir outros deuses; porque o Senhor é o nosso Deus que nos fez sair da casa da escravidão do Egito e diante dos nossos olhos realizou tantos prodígios”. Bem sabemos que, no decorrer da história, o povo de Israel faltou muitas vezes ao que tinha prometido.

No texto evangélico, é o próprio Cristo que pergunta aos que o seguiam: “Também vós quereis ir embora?”, ou seja, quereis ficar comigo ou ir embora? De novo, é necessário fazer uma opção. Aquilo que Jesus pedia aos seus discípulos não era fácil, porque supunha uma mudança de mentalidade e de vida. Jesus vê que alguns dos seus discípulos vão embora, assustados e escandalizados com as suas palavras. Por isso, faz a pergunta direta aos seus apóstolos. Alguns foram embora e outros permaneceram. Mas Pedro, que também não entendeu tudo o que Jesus disse, mas que tem fé e um amor enorme por Jesus, responde, afirmando: “Para quem iremos, Senhor?”. Os Doze escolheram ficar com Jesus para toda a vida e para a morte. É com eles que Jesus formará a Igreja.

Hoje, Jesus faz a mesma pergunta. Compete a cada um de nós responder: quem vamos seguir: Ele e a sua doutrina ou o mundo com as suas propostas fáceis, tentadoras e embriagadoras? Como o Povo de Israel e como os primeiros discípulos de Jesus, também nós fomos escolhidos. Nós somos amados por Deus, fomos admitidos na família de Deus com o nosso batismo, admitidos à sua mesa na Eucaristia e admitidos à “feliz esperança” da vinda do seu Reino. Da nossa parte, também já escolhemos a Deus. Um dia fomos batizados, crismados, fizemos a nossa primeira comunhão e alguns celebraram o sacramento do matrimónio. Todavia, a nossa vida é inconstante entre os dois polos de atração que são Deus e o mundo com os seus ídolos. Servimos a dois senhores, o que não é agradável a Deus. Ou Ele ou o mundo. Deus é ciumento! Tantas vezes tentamos fugir da cruz! Quantos passam de um momento de oração rapidamente para um momento de infidelidade e de pecado! Saem da Igreja e correm logo para lugares de perdição, ou a difamar e a falar da vida alheia, ou a ser escravos da ganância e do poder, abusando, explorando e destruindo os mais indefesos! É preciso fazer uma opção: ou Cristo ou o mundo, ou o Evangelho de Cristo ou as sereias do mundo.

Ao refletir na palavra divina deste domingo, cada um tenha a coragem de deixar o homem velho e revestir-se do homem novo que vive à luz do Espírito Santo. Cada um tenha a coragem de escolher Cristo e o seu Evangelho e abandonar as doutrinas incertas e estranhas da sociedade. Como Pedro, tenhamos a coragem de dizer: “Para quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós acreditamos e sabemos que Tu és o Santo de Deus”.

 
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