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Notícias da Igreja
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Jornal - Notícias da Igreja

Liturgia da Palavra no Matrimónio

Todos os Sacramentos - e o Matrimónio não é excepção - são “sacramentos da féque nasce da Palavra e na Palavra se alimenta. Por isso, com toda a justiça, os Preliminares do Ritual da Celebração do Matrimónio reconhecem à Liturgia da Palavra o estatuto de “elemento principal”. Nela, com efeito, se “manifesta a importância do Matrimónio cristão na história da salvação e a dignidade e os deveres que daí decorrem para a santificação dos esposos e dos filhos” (Cf. nº 35).

O Ritual insiste em diversos aspectos da Liturgia da Palavra, como sejam a escolha das leituras, a preparação, a homilia, etc... (Cf. nº 17, 23, 29, 30, 34, 38 e 40) e apresenta uma rica e articulada descrição dos ritos (p. 25-29).

Com 9 leituras do Antigo Testamento, 13 epístolas do Novo Testamento e 1 leitura do Apocalipse, 7 Salmos Responsoriais com 1 ou 2 refrães, 4 versículos para a aclamação ao Evangelho e 10 Evangelhos, oferece-se um manacial para estruturar de forma criativa e adequada a cada caso, a cada sensibilidade e situação particular, a Liturgia da Palavra.

Se apesar da abundância, alguém ainda se sentir limitado, poderá, como dá a entender a rubrica do capítulo V, escolher outra leitura da Palavra de Deus desde que - é esse o princípio geral - o texto figure num dos leccionários aprovados.

O Ritual não deixa de apresentar um esquema (modelo) da Liturgia da Palavra. Trata-se sempre de uma boa hipótese, desde que a sua adopção não signifique preguiça, descuido ou desinteresse. Mas, convém advertir que o sentido da reforma litúrgica vai na senda de uma criatividade sensata e que, por isso, os novos rituais propõem os meios para a exercer de forma recta. Esta nova sensibilidade é uma oportunidade pastoral de grande alcance catequético e celebrativo que convém explorar.

Entretanto, fique bem claro que na Liturgia da Palavra não há lugar para outros textos, como poemas ou parábolas e historietas (como, por vezes, se vêem nos livrinhos que os noivos elaboram), mesmo que sejam textos interessantes ou muito expressivos que poderão provocar a sensibilidade dos noivos ou do sacerdote que preside, mas nem por isso são Palavra de Deus. Se vierem a propósito, o sacerdote presidente poderá integrá-los na homilia, a título de ilustração da Palavra de Deus proclamada. Noutro caso, poderão ser lidos, noutro ambiente, porventura antes de se dar começo à refeição nupcial.

O Ritual dá indicações precisas sobre a forma correcta de estruturar a Liturgia da Palavra:

- Se a Liturgia da Palavra incluir três leituras, a 1ª será do Antigo Testamento (salvo no tempo pascal, que será do Apocalipse);

- Uma das leituras escolhidas deve falar explicitamente do Matrimónio; para que não haja dúvidas, o Ritual ajuda-nos a reconhecer quais são, assinalando-as com um asterisco (Cf. nº 179-222).

Para facilitar o trabalho da escolha, a edição portuguesa do Ritual não se limita, como faz a edição latina, a fornecer a listagem das perícopas, mas publica o texto completo das leituras bíblicas. Na edição mais recente a leitura é enquadrada pelo título (“Leitura do livro...) e pela aclamação conclusiva (Palavra do Senhor...). Entretanto, com isto não se pretende substituir nem dispensar o Leccionário (vol. VIII) das Missas Rituais. Para além da vantagem de apresentar o texto de forma a facilitar a leitura, esse é o livro próprio a usar na proclamação litúrgica da  Palavra de Deus.

Dando destaque à homilia, o Ritual indica que esta, “inspirando-se no texto sagrado, exporá o mistério do Matrimónio cristão, a dignidade do amor conjugal, a graça do Sacramento e os deveres dos cônjuges, tendo em conta, porém, as diversas circunstâncias das pessoas” (nº 57). Entre elas, refere a situação de fé tanto dos nubentes como daqueles que apenas nestas ocasiões frequentam a Igreja (Cf. nº 28, 32, 37). Mais uma razão para que a escolha das leituras seja feita de uma forma esclarecida e esclarecedora, na medida do possível, ao menos e sobretudo com os noivos que hão-de ser ajudados a descobrir os tesouros de vida da Palavra de Deus.

 
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Jornal - Notícias da Igreja

AS FESTAS RELIGIOSAS  DE VERÃO

No Verão, são numerosas as festas (quase todas religiosas!) que se anunciam em Portugal. Quem nesta altura percorre o país notará as numerosas festas (religiosas) que existem em todos os concelhos. É um acontecimento social que marca a vida das comunidades, quebra o ritmo do quotidiano, mobiliza as pessoas tocando sobretudo os emigrantes que principalmente nesta altura estão de férias na sua terra, liga as diferentes gerações, favorece o encontro e o convívio, e transmite cultura, sentimentos e história. É igualmente uma ocasião propícia para a comunidade cristã manifestar a sua consciência de Igreja e para os fiéis revitalizarem a sua fé em Jesus Cristo pela contemplação dos mistérios ou dos santos que se celebram.

As festas hão-de ser objecto de particular atenção e cuidado pastoral, de forma a que se destaquem e promovam os valores cristãos e religiosos. Os outros aspectos também são importantes, mas dentro de uma hierarquia de valores que destaque, convenientemente, as motivações da fé e de autêntica tradição religiosa.

Sendo assim, as festas religiosas não podem ser manipuladas como muitas vezes e em muitas ocasiões e casos acontece, e também não podem ser despojadas do seu conteúdo cultural-religioso e humano-cristão. Nesta preocupação têm de concordar e agir em uníssono tanto os párocos como os mordomos e outros agentes da pastoral para que a festa seja um todo, integrando o divino e o humano.

Pondo de parte as festas de cariz pop, musical e abertamente profano, organizadas por jovens e por muitos munícipes para promoção de programas culturais com interesse turístico e económico regional, urge chamar a atenção para as festas promovidas pelas comunidades paroquiais que  estas hão-de ter um pleno sentido cristão e um cunho cultural ajustado, dando força ao princípio de que todo o valor humano pode e deve ser assimilado pela fé. Esta ideia, na pastoral, chama-se inculturação, a qual é um valor teológico de grande relevo e por isso muito útil a ter em conta para a festa traduzir bem a “alma do povo”.

A festa há-de ter sempre como fim principal a glória de Deus e o crescimento na fé de toda a comunidade. Todas as festas devem ter sempre em vista e pôr em evidência a Festa das Festas, ou seja, a Páscoa (festa primordial que dá, só por si, sentido a todas as festas). Ao dizer isto, implicitamente afirma-se também que o mesmo se deve dizer a respeito do domingo, dia do Senhor e da Igreja. Por causa disto, no dia da festa seja o ponto primordial a Eucaristia que deverá ser cuidadosamente preparada e o mais possível solenizada pela participação activa dos fiéis.

O pároco, pastor da comunidade, é o presidente nato de toda a comissão de festas religiosas. As comissões, com os párocos, preocupem-se antes de mais com a dignidade e elevação das acções litúrgicas e de todos os actos de piedade referentes à festa. Aliás, é por aqui que a comissão deveria começar a falar e a acertar logo que se reunisse. É cada vez mais certo que um pároco não pode nem deve sozinho tratar de todos os serviços religiosos, mas quantos mais leigos envolver melhor e a festa sairá sem dúvida muito melhor. Cada comissão procure que no programa sejam incluídas realizações que não desdigam do sentido da festa nem contribuam para a deseducação cultural ou moral do povo de Deus; pelo contrário, a comissão fará desta tarefa um ponto de honra no desempenho da sua função e tudo fará para que a festa seja expressão condigna do nível cultural, moral e religioso das comunidades.

Deve fazer-se especial atenção no esforço de preservar o ambiente, evitando a poluição sonora com músicas de mau gosto e barulhos desnecessários. Os direitos dos moradores à privacidade e ao repouso não podem ser esquecidos nesses dias.

Nisto tudo, as comissões terão sempre em vista o bem global da comunidade e não farão qualquer espécie de evidencialismo, manifestação de grandiosidade ou espírito de competição, nem se orgulharão do despesismo feito à custa dos pobres ou daqueles poucos que nessas ocasiões estão dispostos a deitar a mão aos bolsos, à custa sabe-se lá de quê. Isto não tem nada de espírito cristão nem de amor à terra ou ao próximo. Evitem-se despesas excessivas e qualquer forma de esbanjamento dos dinheiros recolhidos para a festa.

Os cartazes (programas) de anúncio da festa não podem ser mandados imprimir antes de serem examinados pelo pároco para este ver a honestidade dos programas, salvaguardar as horas mais convenientes para as acções litúrgicas e eliminar, se for o caso disso, expressões ou gravuras destoantes da dignidade da festa.

Os divertimentos têm de ser dignos e abertos a todos, sendo ocasião de geral convívio fraterno e de sadio entretenimento.

A Santa Missa ou a Eucaristia deve ser o acto central e de maior relevo de toda a festa. Há-de ter a máxima solenidade, sendo o mais possível participada por todos os fiéis com canto, leituras, ofertório, comunhão, etc, nunca sucedendo que por ser dia de festa e estar presente uma banda musical o povo nesse dia seja o menos participativo nisto que acabámos de elencar.

Escolha-se a hora mais conveniente para a celebração, de modo a que toda a comunidade, pela sua presença activa, possa fazer dela o centro da festividade.

Recomenda-se aos mordomos que sejam os primeiros a estar presentes e a dar exemplo de participação.

Durante a Missa deve criar-se um ambiente próprio de celebração sagrada, evitando qualquer actividade ruidosa exterior ao templo, que possa prejudicar a sua dignidade e a participação plena de todos os fiéis.

Finalmente, a procissão. Esta é uma legítima manifestação pública da fé. Por isso deverá ser bem organizada, tendo em conta as normas litúrgicas e devendo banir-se tudo o que destrói o seu carácter religioso e dignidade. Os fiéis hão-de incorporar-se na procissão com todo o respeito, caminhando, cantando, rezando ou reflectindo, pelo que não deverá ter um percurso ou itinerário excessivamente longo, a fim de todos participarem até ao fim.

 
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Jornal - Notícias da Igreja

Citações da Encíclica Caritas in veritate

—Os pobres, uma riqueza: “Os pobres não devem ser considerados um ‘fardo’, mas um recurso, mesmo do ponto de vista estritamente económico.” (n. 35)

—Democracia económica: “Na época da globalização, a actividade económica não pode prescindir da gratuidade, que difunde e alimenta a solidariedade e a responsabilidade pela justiça e o bem comum em seus diversos sujeitos e actores. Trata-se, em última análise, de uma forma concreta e profunda de democracia económica.” (n. 38)

—A empresa: “Um dos riscos maiores é, sem dúvida, que a empresa preste contas quase exclusivamente a quem nela investe, acabando assim por reduzir a sua valência social.” (n. 40)

—Especulação: “É preciso evitar que o motivo para o emprego dos recursos financeiros seja especulativo, cedendo à tentação de procurar apenas o lucro a breve prazo sem cuidar igualmente da sustentabilidade da empresa a longo prazo, do seu serviço concreto à economia real e duma adequada e oportuna promoção de iniciativas económicas também nos países necessitados de desenvolvimento.” (n. 40)

—Papel do Estado: “A economia integrada dos nossos dias não elimina a função dos Estados, antes obriga os governos a uma colaboração recíproca mais intensa. Razões de sabedoria e prudência sugerem que não se proclame depressa demais o fim do Estado.” (n. 41)

—Globalização: “A verdade da globalização enquanto processo e o seu critério ético fundamental provêm da unidade da família humana e do seu desenvolvimento no bem. Por isso é preciso empenhar-se sem cessar por favorecer uma orientação cultural personalista e comunitária, aberta à transcendência, do processo de integração mundial.” (...)”A globalização a priori†não é boa nem má. Será aquilo que as pessoas fizerem dela.” (n. 42)

—Crescimento demográfico: “ Considerar o aumento da população como a primeira causa do subdesenvolvimento é errado, inclusive do ponto de vista económico.” (n. 44)

 
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Jornal - Notícias da Igreja

A Missão do Espírito Santo na Igreja

Consumada a obra que o Pai confiou ao Filho para Ele cumprir na terra (cfr. Jo. 17,4), foi enviado o Espírito Santo no dia de Pentecostes, para que santificasse continuamente a Igreja e deste modo os fiéis tivessem acesso ao Pai, por Cristo, num só Espírito (cfr. Ef. 2,18). Ele é o Espírito de vida, ou a fonte de água que jorra para a vida eterna (cfr. Jo. 4,14; 7, 38-39); por quem o Pai vivifica os homens mortos pelo pecado, até que ressuscite em Cristo os seus corpos mortais (cfr. Rom. 8, 10-11). O Espírito habita na Igreja e nos corações dos fiéis, como num templo (cfr. 1 Cor. 3,16; 6,19), e dentro deles ora e dá testemunho da adopção de filhos (cfr. Gál. 4,6; Rom. 8, 15-16. 26). A Igreja, que Ele conduz à verdade total (cfr. Jo. 16,13) e unifica na comunhão e no ministério, enriquece-a Ele e guia-a com diversos dons hierárquicos e carismáticos e adorna-a com os seus frutos (cfr. Ef. 4, 11-12; 1 Cor. 12,4; Gál. 5,22). Pela força do Evangelho rejuvenesce a Igreja e renova-a continuamente e leva-a à união perfeita com o seu Esposo. Porque o Espírito e a Esposa dizem ao Senhor Jesus: «Vem» (cfr. Apoc. 22,17)! Assim a Igreja toda aparece como «um povo unido pela unidade do Pai e do Filho e do Espírito Santo.

O Povo santo de Deus participa também da função profética de Cristo, difundindo o seu testemunho vivo, sobretudo pela vida de fé e de caridade oferecendo a Deus o sacrifício de louvor, fruto dos lábios que confessam o Seu nome (cfr. Hebr. 13,15). A totalidade dos fiéis que receberam a unção do Espírito Santo (cfr. Jo. 2, 20 e 27), não pode enganar-se na fé; e esta sua propriedade peculiar manifesta-se por meio do sentir sobrenatural da fé do povo todo, quando este, «desde os Bispos até ao último dos leigos fiéis», manifesta consenso universal em matéria de fé e costumes. Com este sentido da fé, que se desperta e sustenta pela acção do Espírito de verdade, o Povo de Deus, sob a direcção do sagrado magistério que fielmente acata, já não recebe simples palavra de homens mas a verdadeira palavra de Deus (cfr. 1 Tess. 2,13), adere indefectivelmente à fé uma vez confiada aos santos (cfr. Jud. 3), penetra-a mais profundamente com juízo acertado e aplica-a mais totalmente na vida.

Além disso, este mesmo Espírito Santo não só santifica e conduz o Povo de Deus por meio dos sacramentos e ministérios e o adorna com virtudes, mas «distribuindo a cada um os seus dons como lhe apraz» (1 Cor. 12,11), distribui também graças especiais entre os fiéis de todas as classes, as quais os tornam aptos e dispostos a tomar diversas obras e encargos, proveitosos para a renovação e cada vez mais ampla edificação da Igreja, segundo aquelas palavras: «a cada qual se concede a manifestação do Espírito em ordem ao bem comum» (1 Cor. 12,7). Estes carismas, quer sejam os mais elevados, quer também os mais simples e comuns, devem ser recebidos com acção de graças e consolação, por serem muito acomodados e úteis às necessidades da Igreja.

 
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Jornal - Notícias da Igreja

MÊS DE MARIA

O Directório sobre a piedade popular e a Liturgia, publicado pela Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos em 17 de Dezembro de 2001 (editado em português pelas Edições Paulinas e pelo Apostolado da Oração), dedica o seu Capítulo V à veneração para com a Bem-aventurada Virgem Maria (nn. 183-207). Mas já no capítulo precedente, dedicado à relação entre a religiosidade popular e o ano litúrgico as expressões de veneração mariana tiveram tratamento privilegiado sendo de destacar, no tempo pascal, “o encontro do Ressuscitado com a Mãe (n. 149) e “a saudação pascal à Mãe do Ressuscitado” (n. 151).

“A piedade popular à Bem-aventurada Virgem, variada nas suas expressões e profunda nas suas motivações, é um facto eclesial relevante e universal. Dimana da fé e do amor do povo de Deus a Cristo, Redentor do género humano e da percepção da missão salvífica que Deus confiou a Maria de Nazaré, pelo que a Virgem não é só a Mãe do Senhor e do Salvador, mas também, no plano da graça, a Mãe de todos os homens. De facto, “os fiéis compreendem facilmente o vínculo vital que une o Filho à Mãe. Sabem que o Filho é Deus e que Ela, a Mãe d´Ele, é também sua mãe. Intuem a santidade imaculada da Virgem e, embora a venerem como rainha gloriosa no céu, estão contudo seguros de que ela, cheia de misericórdia, intercede a seu favor e, portanto, imploram com confiança o seu patrocínio. Os mais pobres sentem-na particularmente próxima de si. Sabem que ela foi pobre como eles, que sofreu muito, que foi paciente e mansa. Sentem compaixão pela sua dor na crucifixão e morte do Filho, e alegram-se com ela pela ressurreição de Jesus. Celebram com alegria as suas festas. Participam de bom grado nas procissões, vão em peregrinação aos santuários, gostam de cantar em sua honra e oferecem-lhe dons votivos. Não toleram que alguém a ofenda e instintivamente desconfiam de quem não a honra”” (n. 183).

“Relativamente à piedade mariana do povo de Deus, a Liturgia deve mostrar-se como “forma exemplar”, fonte de inspiração, constante ponto de referência e meta última” (n. 184).

“A directriz fundamental do Magistério em relação aos exercícios de piedade é que eles se possam reconduzir à “confluência do único culto que tem realmente direito a chamar-se cristão porque só de Cristo recebe a sua eficácia, em Cristo se exprime totalmente e, por meio de Cristo no Espírito, conduz ao Pai” (Paulo VI, Marialis cultus, intr.). Isto significa que os exercícios de piedade mariana - embora nem todos do mesmo modo e na mesma medida - devem:

- exprimir a nota trinitária que distingue e qualifica o culto ao Deus da revelação neotestamentária, ao Pai, ao Filho e ao Espírito; a componente cristológica, que evidencia a única e necessária mediação de Cristo; a dimensão pneumatológica, já que todas as expressões genuínas de piedade provêm do Espírito e nele se realizam; o carácter eclesial, pelo qual os baptizados, constituindo o povo santo de Deus, oram reunidos em nome do Senhor (cf. Mt 18, 20) e no espaço vital da Comunhão dos Santos;

- recorrer constantemente à Escritura divina, entendida no quadro da sagrada Tradição; não descurar, mesmo que professando totalmente a fé da Igreja, as exigências do movimento ecuménico; considerar os aspectos antropológicos das expressões cultuais, de maneira que reflictam uma válida concepção do homem e correspondam às suas exigências; evidenciar a tensão escatológica, essencial à mensagem evangélica; explicitar o empenhamento missionário e o dever de testemunho, que competem aos discípulos do Senhor” (n. 186).

Entre os “tempos dos exercícios de piedade mariana”, o Directório menciona os “meses marianos” (nn. 190-191). O Directório recomenda a articulação do mês de Maria, em Maio, com o tempo pascal: “os exercícios de piedade deverão evidenciar a participação da Virgem no mistério pascal (cf. Jo 19, 25-27) e no evento pentecostal (cf. Act 1, 14) que inaugura a caminhada da Igreja; uma caminhada que ela, tornada participante da novidade do Ressuscitado, percorre guiada pelo Espírito. E, porque os “cinquenta dias” são o tempo próprio para a celebração e a mistagogia dos sacramentos da iniciação cristã, os exercícios de piedade do mês de Maio poderão utilmente dar relevo à função que a Virgem, glorificada no céu, desempenha na terra, “aqui e agora”, na celebração dos sacramentos do Baptismo, da confirmação e da Eucaristia”. Segundo a directiva da Constituição Sacrosanctum Concilium, importa que “o ânimo dos fiéis se dirija antes de mais para as festas do Senhor, nas quais, durante o ano, se celebram os mistérios da salvação” (SC 108), aos quais, por certo, está associada a Bem-aventurada Virgem Maria. E nada deve ofuscar a primazia a dar ao Domingo, memória hebdomadária da Páscoa, “o dia de festa primordial” (n. 191).

 
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